Durante reunião nessa quinta-feira, 5, com a presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, o vice-presidente Michel Temer cogitou mudanças na articulação política do governo e disse que se “estivesse atrapalhando”, poderia ser substituído à frente do cargo, informaram fontes ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Segundo a reportagem apurou, a presidente Dilma Rousseff descartou tirar o vice da articulação do governo, em um momento de agravamento da crise política, com uma série de retaliações na Câmara dos Deputados, análise das “pedaladas fiscais” pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e movimentação de setores da oposição pelo seu impeachment.
Visivelmente cansado, o vice tem se queixado da posição de ficar responsável pelo “varejo” da articulação política, dedicando tempo à composição do segundo escalão e à liberação de emendas parlamentares, dois focos de frequentes críticas de aliados.
Reunificar. Na última quarta-feira, em uma fala emocionada, o vice-presidente afirmou que “é preciso alguém para reunificar o País”, o que causou mal-estar dentro do Palácio do Planalto. “É ele quem vai unificar o País?”, questionou um assessor.
A colocação de Temer de sugerir uma troca na articulação política do governo foi vista por assessores como uma forma de a presidente Dilma Rousseff sair em sua defesa e demonstrar apoio à sua permanência no cargo.
Nesta sexta-feira, 6, Temer negou os rumores de que tivesse deixado a função. “São infundados os boatos de que deixei a articulação política. Continuo. Tenho responsabilidades com meu país e com a presidente Dilma”, escreveu o vice-presidente no Twitter.