Depoimento de Lina na CCJ agrada base governista

Senadores da base do governo demonstraram contentamento com o depoimento da ex-secretaria da Receita Federal Lina Maria Vieira na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Os parlamentares avaliam que ela não trouxe provas do suposto encontro com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, não se lembra da data da suposta reunião e negou que se sentiu pressionada. Lina prestou depoimento sobre declarações em que ela diz ter ouvido da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pedido para acelerar investigações da Receita sobre a família Sarney.

Os senadores destacam ainda ao fato dela ter lembrado que a Justiça havia determinado que a investigação sobre Fernando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), fosse acelerada. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), questionou se o “agilizar” da Justiça tinha para ela o mesmo significado do “agilizar” da ministra Dilma. “Entendi que era para dar celeridade”, respondeu Lina.

De acordo com Jucá, o depoimento de Lina mostra que houve um mal entendido no episódio. Ele aproveitou para provocar os senadores oposicionistas. “A oposição está nervosa porque a reunião não está atingindo os objetivos dela (da oposição).” Após o depoimento, Jucá deixou a CCJ, dizendo que iria almoçar para depois comparecer à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras.

A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) também afirmou que Lina não trouxe provas e que caberia à ex-secretária da Receita comprovar o encontro com Dilma. Segundo ela, Lina recuou em relação à entrevista dada ao jornal “Folha de S.Paulo”, em que vinculou o suposto pedido de Dilma à sucessão da presidência do Senado, que seria disputada por José Sarney. De fato, na CCJ, Lina não associou uma coisa à outra, mas por outro lado, reafirmou o que disse ao periódico.

O senador Renan Calheiros, líder do PMDB, por sua vez, se disse “feliz” com o depoimento de Lina, destacando que ela não se lembra da data do encontro e de que a suposta reunião não está registrada em sua agenda nem da ministra da Casa Civil. “É preciso comemorar a sua vinda”, afirmou.

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