O superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Eduardo Requião, decidiu tornar públicas as respostas dos servidores acusados de irregularidades pelo diretor técnico, engenheiro Leopoldo Campos.
Ontem, o superintendente da Appa remeteu o dossiê do diretor técnico com as explicações de cada acusado ao governador Roberto Requião (PMDB), ao Tribunal de Contas do Estado e ao Tribunal de Contas da União. As denúncias, que atingem funcionários de todos os setores do porto, foram feitas por Campos diretamente ao governador, sem o conhecimento de Eduardo. Requião devolveu o dossiê de Campos ao irmão Eduardo, para que tomasse providências.
O superintendente havia estipulado um prazo de doze horas para que os denunciados se defendessem e chamou Campos para reafirmar as acusações. O diretor técnico não compareceu à reunião, segundo apurou a reportagem. Os demais funcionários responderam e o superintendente do porto, considerando que as denúncias não tinham fundamento, decidiu enviar o material completo para exame do governador e também de vários outros órgãos, incluindo a Assembléia Legislativa.
O superintendente anunciou que enviará cópias também à Assembléia Legislativa, Ministério dos Transportes, Federação das Indústrias do Paraná, Federação da Agricultura, Federação das Associações Comerciais, Agência Nacional de Transportes Aquaviários, Conselho de Autoridade Portuária de Paranaguá e Antonina e Polícia Federal. O superintendente se antecipou aos questionamentos, sobretudo da bancada de oposição na Assembléia Legislativa, a maior crítica, junto com entidades como a Faciap, à sua administração.
Duplicidade
Campos ocupa um dos três cargos do porto que são de nomeação exclusiva do governador. Os outros dois são a diretoria empresarial e a diretoria administrativa. Funcionário de carreira do DER (Departamento Estadual de Estradas de Rodagem), Campos também está sendo denunciado pelos demais servidores. Ele foi denunciado por acumular salários.
Em ofício enviado à diretoria administrativa do porto, o DER informou que está cobrando dele a devolução de R$ 11,2 mil que teria recebido irregularmente entre junho e setembro deste ano como funcionário do órgão, ao mesmo tempo em que era remunerado como diretor do porto com salário próximo a R$ 15 mil.
Quando foi nomeado para o porto, o diretor técnico assinou um documento declarando que não exercia função remunerada em nenhum outro órgão da administração direta ou indireta dos governos estadual ou federal. De acordo com o ofício do DER, assinado pela Coordenadoria de Recursos Humanos, Campos não enviou ao órgão o Termo de Opção do Servidor, em que consta que havia optado pela remuneração do porto.