Em nota divulgada na tarde desta terça-feira, 20, o Ministério da Justiça informou que recebeu o material encaminhado pelo líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), sobre a suposta gravação envolvendo seu nome. Cunha disputa a presidência da Casa e denunciou uma nova tentativa de “alopragem” contra sua candidatura.
Segundo o Ministério da Justiça, o ministro interino Marivaldo Pereira encaminhou o áudio de pouco mais de três minutos à Polícia Federal. O ministro José Eduardo Cardozo está em férias, na Europa.
Mais cedo, o peemedebista resolveu se antecipar a possíveis vazamentos e chamou os jornalistas para dizer que fora vítima de mais uma “farsa” criada para prejudicar sua candidatura ao comando da Casa.
Sem citar nomes, Cunha contou que foi procurado por um suposto policial federal dizendo que a cúpula da PF estaria orquestrando uma “montagem” para envolvê-lo em denúncias de forma a prejudicar sua campanha.
De acordo com o deputado, a suposta escuta telefônica seria anexada em um inquérito, mas ele não soube dizer se o material seria incorporado às investigações da Operação Lava Jato. No áudio, um dos homens reclama que Cunha está “se dando bem” pois será presidente da Câmara, mas que o Ministério Público está pressionando-o e ameaça jogar a “merda no ventilador”.
No diálogo, o suposto “aliado” de Cunha – que poderia ser o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca – diz que não será abandonado e que não ficará sem dinheiro.
Em depoimento, Jayme “Careca” teria mencionado Cunha como um dos beneficiários do esquema do doleiro Alberto Youssef. Quando o caso foi revelado, Cunha se disse vítima de “alopragem” de interessados em prejudicar sua candidatura.
“Essas ‘alopragens’ são feitas para colocar as pessoas em situações desagradáveis”, comentou o deputado, para quem a gravação tinha como objetivo essencial montar uma farsa para constrangê-lo.