Denúncia complica prefeito de Paranaguá

Há menos de nove meses para encerrar o mandato como prefeito de Paranaguá, Mário Roque (sem partido) pode pagar muito caro por ter conseguido livrar-se da cassação em 2001. Denúncia do secretário-geral do PT local, Paulo Barbosa, no Ministério Público, se acatada, poderá fazer Roque devolver para os cofres públicos o dinheiro que foi usado para pagar honorários advocatícios, contratados de maneira suspeita, conforme relata reportagem divulgada pelo jornal Tribuna da Imprensa de domingo.

A denúncia se baseia no fato de que Roque enfrentou processo contra a diplomação – portanto, ainda não era prefeito – impetrado pela coligação encabeçada por José Vicente Elias em 2001 e usou na sua defesa o escritório de advocacia de Nilson Sguarezi, pagando com dinheiro da Prefeitura, conforme comprova a nota fiscal 036. Na época, o advogado chegou a garantir na imprensa local que o prefeito permaneceria até que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgasse o recurso que apresentou a favor da expedição do diploma, onde invocou o artigo 216 do Código Eleitoral. E foi o que aconteceu.

Na denúncia, Paulo Barbosa cita o recurso do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que diz que “a diplomação é fato personalíssimo e, portanto, exclusivo das pessoas físicas dos candidatos”. Por essa razão, prossegue Paulo, o prefeito jamais poderia pagar sua defesa com dinheiro público. “Ele não era prefeito diplomado”, diz o petista.

Detalhes

A reportagem traz ainda detalhes sobre como ocorreu o processo de contratação do advogado Nilson Sguarezi, que embolsou R$ 45.310,00 do cofre municipal. Para pagar sua defesa, o prefeito contratou o escritório de advocacia para serviços de assessoria por R$ 46 mil, apesar da Prefeitura manter na sua estrutura administrativa uma Secretaria para Assuntos Jurídicos com profissionais da área. Porém, a contratação foi realizada depois que Nilson Sguarezi aceitou fazer a defesa do prefeito no caso da cassação da diplomação. No dia 20 de julho de 2001 o advogado apresentou a nota fiscal cobrando o valor acertado para prestar a “assessoria”, onde recebeu R$ 20 mil no mesmo mês e mais R$ 25.310,00 em setembro. Um detalhe neste pagamento, observado por Paulo e enfatizado na denúncia, é o fato que a nota fiscal apresentada traz o nome de Sguarezi Advogados Associados, enquanto a empresa contratada do advogado para prestar “assessoria” para a Prefeitura tinha o nome de Sguarezi Consultoria e Assessoria S/C Ltda. Na denúncia, consta que outros dois escritórios curitibanos participaram da licitação, apresentando preços maiores para facilitar a vitória de Nilson Sguarezi.

Crimes

Diante de toda essa situação, Paulo Barbosa acredita que o prefeito incorreu em enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário público, lesão ao patrimônio público e ofensa aos princípios da administração pública, comprovando atos de improbidade administrativa dolosa que deverá ser analisado pelo Ministério Público.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo