Passados menos de dois meses desde a exoneração do então diretor regional do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) de Cascavel, Valter Pagliosa, pelo governo do estado do Paraná, o ex-funcionário da autarquia está pedindo na Justiça uma indenização por danos morais com valor calculado em R$ 1 milhão.
Demitido em abril por ter sido alvo de comentários do ex-governador Roberto Requião por meio da redes sociais na internet que ironizavam sua participação em um filme classificado como pornográfico, o ex-diretor alega na ação judicial que teve sua imagem exposta em âmbito nacional, tendo sido prejudicado profissionalmente por isso, de acordo com seu advogado, Pascoal Muzeli Neto.
“Ingressamos com a ação na semana passada e ela já foi distribuída para a 3ª Vara Cível aqui de Cascavel. Nela, não estamos pedindo a reintegração de Pagliosa ao cargo, não é isso que ele quer. É um pedido de indenização, calculada com base no grau de dano sofrido, já que seu nome foi exposto nacionalmente”, explica o advogado.
Segundo ele, a ação seria de extrema importância para seu cliente não apenas por esclarecer a causa da exoneração, assim como corrigir outras injustiças que teriam sido praticadas pelo governo do estado na ocasião.
“A forma como a situação foi conduzida pelo governo causou prejuízos de ordem pessoal e moral, já que ele foi exonerado não por ser um mau funcionário, mas por um filme que fez. Além disso, no pedido de exoneração consta como se ele mesmo estivesse pedindo a demissão e não foi isso o que aconteceu”.
Ainda segundo Muzeli, Pagliosa estaria atualmente desempregado por estar sofrendo discriminação e preconceito na cidade, sem conseguir encontrar uma colocação na sua área ambiental, sua formação além da atuação como ator. “Ele tem sido alvo constante de todo tipo de chacota, chegaram até mesmo a apelidá-lo de Valter Surfistinha, em uma clara referência à prostituição, sendo que ele, na verdade, é ator e tem um curso técnico na área ambiental”.
Devido às piadas as quais tem sofrido, Pagliosa estaria até mesmo envergonhado de sair de casa. “Ele está até um pouco deprimido porque em qualquer lugar que ele vai, só existe esse assunto”, conta o advogado. Procurado pela reportagem de O Estado, o governo estadual informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não vai se manifestar sobre assunto.