O DEM iniciou nesta segunda-feira (30) no Recife a “Caravana da Cidadania Fiscalizando o PAC”, com a qual pretende apontar eventuais falhas nas obras no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, mas não conseguiu escapar de críticas a seus próprios projetos. Ao visitar o último local programado, o bairro do Jordão, no Recife, o partido do ex-governador de Pernambuco Roberto Magalhães foi cobrado por moradores por não ter concluído revestimento e dragagem do Canal do Jordão – obra municipal de R$ 24 milhões incluída no programa federal.

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Para o verdureiro Moacir Brito Batista, de 52 anos, o DEM (antigo PFL) foi o responsável pela construção da obra em foco e também deveria responder pelo que cobrava do governo federal. Os democratas prometeram pressionar pela conclusão das obras. Comandada pelo presidente nacional do partido, Rodrigo Maia (RJ), a caravana contou com a participação de lideranças locais, do deputado federal André de Paula (PE) e do líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), que, em seu discurso, chamou a ministra Dilma Rousseff de “mulher incompetente” e o PAC de “Programa de Aceleração de Campanha eleitoral”. O presidente do DEM reforçou os ataques à ministra dizendo que Dilma tem tido uma gestão “pífia e de grande incompetência de um programa que não funciona.”

A caravana é um contraponto às constantes viagens do presidente da República, que normalmente leva ao seu lado a ministra da Casa Civil, a quem batizou de “mãe do PAC”. A caravana do DEM vai percorrer cidades em todo o País, passando por um Estado por semana. “Tem muita obra anunciada que não começou, obra licitada que tem canteiro de obras e não foi iniciada, como o Arco Rodoviário do Rio de Janeiro”, afirmou Maia.

Balanço da oposição

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De acordo com os líderes da caravana do partido de oposição, das 10 principais obras do PAC em Pernambuco, sete estão com o cronograma atrasado, uma está paralisada, outra em execução e apenas uma, adutora do Sistema Pirapama, está dentro do prazo. Segundo o DEM, apenas 77 projetos do PAC dispõem de dotações orçamentárias específicas, dos quais 49 não têm destinação de recursos. Nacionalmente, sustenta o DEM, dos R$ 646 bilhões previstos no PAC, apenas 9,5% integram o PAC orçamentário (2007/09) e existem R$ 17,3 bilhões de restos a pagar (2007/08) relativos a obras pendentes ou não iniciadas.