O depoimento dos delegados Raul Alexandre Marques e Matheus Mella Rodrigues, ambos da Polícia Federal, no Conselho de Ética do Senado, reforçou a relação próxima entre o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. A opinião é do relator do processo de cassação de Demóstenes no Conselho de Ética, senador Humberto Costa (PT-PE). “Eles reafirmaram o que disseram na CPI de que a relação entre o senador Demóstenes e Cachoeira era mais do que pessoal”, disse Costa, depois de quase três horas de depoimento dos dois delegados ao Conselho Ética do Senado.

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O advogado de defesa de Demóstenes, Antonio Carlos de Almeida Castro, vai tentar anular as provas produzidas pelas operações Vegas e Monte Carlo, da Polícia Federal, contra o senador. Ele alega que a Polícia Federal não poderia ter investigado Demóstenes sem autorização do Supremo Tribunal Federal (STF). “Vou mostrar aos senadores que um senador da República foi investigado durante meses de forma ilegal”, disse Kakay, como é conhecido o advogado.

Os senadores que participaram da sessão do Conselho saíram convencidos que Demóstenes era próximo e participava do esquema ilegal de Cachoeira. “Ficou clara a ligação de Demóstenes com Cachoeira”, afirmou Ciro Nogueira (PP-PI). Também estão convencidos de que Demóstenes usou seu mandato de senador para tentar beneficiar negócios de Cachoeira.

Durante o depoimento, os delegados confirmaram a existência de 416 ligações entre Cachoeira e Demóstenes e a citação do nome do senador por outras pessoas do esquema do contraventor em 293 interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal.

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