O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz negou nesta quinta-feira (2) que tenha recebido do diretor-geral afastado da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, ordem específica para investigar o sócio-fundador do Grupo Opportunity, Daniel Dantas. Em depoimento ao Ministério Público, no Distrito Federal, Protógenes, segundo procuradores em informações divulgadas pela imprensa, teria declarado que as investigações da Operação Satiagraha foram uma “missão presidencial” ao Paulo Lacerda.
“Em nenhum momento”, negou Protógenes, nesta quinta, em entrevista. Ao ser perguntado sobre possível conhecimento da operação pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o delegado respondeu: “a única situação que envolve o gabinete da Presidência é que o presidente Lula, no Haiti, elogiou o nosso trabalho”.
Acompanhado da mulher e do filho, Protógenes recebeu uma medalha de honra ao mérito concedida pela Associação Nacional de Veteranos da Força Expedicionária Brasileira de Pernambuco, pelo seu trabalho de combate à corrupção. Presente à homenagem estava o sargento Idalberto Martins de Araújo, do Centro de Inteligência da Aeronáutica, que teria indicado Francisco Ambrósio, ex-agente do Serviço Nacional de Informações (SNI), para colaborar com a operação Satiagraha. Ambrósio é apontado como suspeito de ter feito a gravação do suposto grampo telefônico de conversa entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Ele nega as acusações.
