O delegado da Polícia Federal Fernando Francischini foi informado ontem que está liberado de suas funções federais para trabalhar na Secretaria Especial Antidrogas de Curitiba. Ele foi informado da liberação pelo superintendente da PF de São Paulo, Jaber Saad, seu superior imediato na Polícia Federal. Saad disse ter recebido telefonema do ministro da Justiça Tarso Genro autorizando a cessão do servidor federal.
?Até que enfim vão me deixar trabalhar?, comentou o novo secretário após ser comunicado da liberação. Francischini também reforçou que a demora em sua liberação foi por questão técnica. ?Foi problema técnico, de assessoria. O ministro estava viajando, chegou de madrugada e encaminhou hoje (ontem) novamente a documentação?, explicou, sem dar importância aos boatos sobre pressões de aliados para que Tarso Genro voltasse atrás na decisão. ?O ministro, que era quem tinha de tomar a decisão, encaminhou a autorização?, disse. A cessão do servidor deverá ser publicada no Diário Oficial da União nos próximos dias.
Em nota oficial, O PT de Curitiba repudiou a conotação política que foi dada ao episódio. O presidente do PT municipal, vereador André Passos disse que apoiou a criação da secretaria e até já tem audiência marcada com Francischini. Passos informou que entrou em contato com o Ministério da Justiça e obteve a informação que ?o pedido de liberação ainda está em trâmite. Somente um dia após a nomeação do novo secretário é que o pedido chegou internamente ao ministério, porém ainda não junto ao gabinete do ministro Tarso Genro?. ?Outra informação é que não haverá obstrução da parte do ministro, para que ocorra a liberação?, informa a nota.
A nota do partido também ressalta que a secretaria surge dependente da parceria com o governo federal e ainda não possui estrutura. ?A maior preocupação do PT é que a iniciativa tão importante para acabar com este problema que assola tantas famílias brasileiras, não passe de mero marketing eleitoral?, finaliza a nota.
A Prefeitura Municipal de Curitiba informou que o ofício solicitando a liberação de Francischini foi encaminhado ao Ministério da Justiça pelo prefeito Beto Richa (PSDB) em dezembro de 2007. Em 12 de fevereiro, o ministro interino da Justiça, Luís Paulo Ferreira Barreto, enviou ao prefeito Beto Richa o aviso 0223-MJ, pelo qual comunicava a liberação do delegado Francischini. Mas o ato acabou retornando ao ministério antes de sua publicação no Diário Oficial da União, para análise do ministro Tarso Genro.
A secretaria terá apoio do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), instituído pelo Ministério da Justiça em onze regiões metropolitanas consideradas mais violentas, de acordo com pesquisas do Ministério.
