O secretário de Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, declarou, ontem, que pretende processar as pessoas que associaram seu nome à autoria das denúncias de caixa 2 e compra de apoios na campanha de reeleição do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB).
Em entrevista à rádio CBN, o secretário disse que a menção de seu nome, em um vídeo apresentado pelos coordenadores da campanha de Beto Richa apresentado como tentativa de provar que as denúncias eram uma armação, foi uma tentativa da equipe do prefeito de desviar a atenção da opinião pública.
Após a divulgação de um vídeo em que dissidentes do PRTB que apoiaram Richa nas eleições do ano passado aparecem recebendo dinheiro e assinando notas em nome de terceiros, os coordenadores jurídico (Ivan Bonilha) e financeiro (Fernando Ghignone) da campanha de Beto convocaram a imprensa e apresentaram um novo vídeo, em que o autor da gravação, Rodrigo Oriente dizia quem estava interessado em denunciar o prefeito.
No vídeo apresentado pelos assessores de Beto, por eles editado, Oriente diz que estava sendo pressionado pelo governo do estado a entregar as gravações feitas no comitê dos dissidentes do PRTB à polícia.
Em determinado momento, ele revela que o interesse era desconstruir a imagem de Beto Richa, para que o prefeito da capital não se candidatasse ao governo do estado, abrindo espaço para outro candidato do PSDB, com quem a equipe do governo tem mais afinidade e já teria até o indicado para ser candidato a vice-governador, sem citar nomes. Pressionado por Bonilha e Ghignone, Oriente diz que o principal interessado era Delazari, que almeja ser vice na chapa com o senador Alvaro Dias (PSDB).
“Já conversei com meus advogados. Caso seja caracterizado crime, essas pessoas serão punidas de acordo com a lei”, disse Delazari à CBN. Na mesma entrevista, o secretário afirmou que a sensação de insegurança no Estado é causada pela imprensa. “Nos preocupa a inversão de valores que vemos nos jornais diariamente, que passa a sensação de que a polícia é cada vez mais bandida e a criminalidade vem vencendo a guerra. Essa é uma propaganda enganosa que não traz nada de bom para a sociedade”, declarou.
O Estado tentou contato com o procurador-geral do município e assessor jurídico da campanha de Beto Richa, Ivan Bonilha, mas ele não atendeu as ligações e não retornou recado deixado na caixa postal.