O governador Roberto Requião (PMDB) pode não ter anunciado ainda os nomes que comporão o secretariado de seu terceiro mandato, mas o atual secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, já conta com a permanência no cargo.
Além do novo pedido de afastamento do Ministério Público (MP), que já seria um forte indício de sua permanência, o secretário acaba de assumir a presidência do Colégio Nacional de Secretários Estaduais de Segurança Pública, fórum de discussões entre todos os secretários de Segurança do País.
Como o cargo só pode ser ocupado por um secretário, tudo indica que Delazari deve mesmo continuar fazendo parte do primeiro escalão do governo do Estado. ?Eu estou secretário por enquanto, era vice-presidente do colégio e fui conduzido ao cargo de presidente. Tenho de cumprir com essa obrigação enquanto for secretário?, desconversou.
Quanto ao seu pedido de afastamento do MP, onde deveria exercer sua função de promotor, Delazari não quis fazer muitos comentários. ?É público que pedi novo afastamento. Como a lei não mudou e, amparado nela, já tive quatro afastamentos aprovados anteriormente. Não há motivos para que o Conselho (Superior do MP no Paraná) não me autorize a exercer o cargo de secretário?, resumiu. O conselho deve reunir-se no início de fevereiro.
À frente do Colégio, o secretário pretende cobrar maior apoio federal, principalmente na questão financeira. ?Criação de leis, apoio da Polícia Federal, e, em último caso, até do Exército são ajudas preciosas, mas a principal contribuição que o governo federal pode dar é financeira, descontingenciando as verbas dos Fundos Penitenciário e de Segurança?, disse. ?O recurso desses fundos já é escasso e o governo ainda está usando grande parte para o superávit, para o pagamento da dívida externa?, acrescentou, revelando que no último orçamento, o colégio solicitou um bilhão de reais para o fundo, só foi atendido com R$ 400 milhões, dos quais R$ 220 milhões foram contingenciados.
Delazari cita a defasagem do sistema penitenciário, com uma demanda de mais de 300 mil vagas e com muitos encarceirados tendo seus direitos humanos violados, como um dos principais problemas decorrentes da falta de verbas. ?Não se faz segurança pública só com conversa, são necessários recursos para objetivar ações concretas, e isso passa pela liberação das verbas desse fundo?, concluiu.
Nomeado
O governador Roberto Requião retornou de Brasília, mas, ao contrário do esperado, ainda não anunciou os nomes dos novos secretários de Estado. Requião chegou na tarde de ontem a Curitiba e ficou por cerca de quatro horas reunido com o secretário da Casa Civil, Rafael Iatauro, para, segundo a assessoria de imprensa da Casa Civil, despachar e colocar a parte burocrática em dia, sem discutir o novo secretariado.
A assessoria informou ainda que os secretários também não serão anunciados hoje e que não há garantias de que o governador divulgue o nome semana que vem. A única nomeação confirmada foi a do deputado Hermas Brandão para conselheiro do Trinunal de Contas, que foi publicada no Diário Oficial de ontem. Hermas tem, agora, 60 dias para assumir o cargo.