O presidente da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, disse à CPI da Petrobras que ‘delator é dedo-duro’. A afirmação foi em resposta à pergunta de um dos deputados da Comissão que o questionou se ele faria acordo de delação premiada. “Pra alguém dedurar tem que ter o que dedurar. Isso eu acho que não ocorre aqui”, afirmou. “Entre o meu legado, eu acho que tem valores, inclusive morais, dos quais eu nunca abrirei mão. Eu talvez brigasse mais com quem dedurou do que com aquele que fez o fato.”
No início da audiência, realizada nesta terça-feira, 1, em Curitiba, base da Operação Lava Jato, Odebrecht afirmou que tem colaborado com as investigações, mas que se manteria calado diante de perguntas por orientação dos advogados. Preso pela Lava Jato desde 19 de junho, alvo da Operação Erga Omnes, Odebrecht agradeceu as perguntas dos parlamentares, mas disse que não poderia se pronunciar.
“Estou me negando a falar. Estou me delimitando a falar aquilo que não tenha relação com o processo”, afirmou.
Mesmo diante de calorosos elogios do relator da CPI, deputado Luís Sérgio (PT-RJ) à sua empreiteira, Odebrecht ficou calado. O deputado disse que a Odebrecht é ‘uma tocadora de obras’.
O parlamentar lembrou a todos que a empresa é doadora de campanhas de partidos diversos. “A Odebrecht fez doações a candidatos a governadores de vários partidos, PT, PMDB, PSDB, e fez doações para candidaturas a presidente da República de vários partidos, candidatos vencedores e candidatos derrotados.”
A CPI está desde ontem em Curitiba para tomar o depoimento de 13 detidos na Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção na estatal petrolífera.