Delator deve depor este mês na CPI do DF, diz deputada

O depoimento de Durval Barbosa à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Corrupção da Câmara Legislativa do Distrito Federal deve ocorrer até o final deste mês, segundo informou hoje a presidente do colegiado, deputada distrital Eliana Pedrosa (DEM). Ela, o vice-presidente, deputado Reguffe (PDT), e o relator das investigações, Paulo Tadeu (PT) pediram ao diretor-geral da Polícia Federal (PF), Luiz Fernando Corrêa, o agendamento do depoimento.

Barbosa está sob proteção da PF desde que delatou ao Ministério Público (MP) o esquema de corrupção conhecido como “mensalão do DEM”, que seria chefiado pelo governador afastado José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM). Segundo relato da deputada, Corrêa mostrou disposição em agendar o depoimento para uma data mais breve possível.

A audiência com o ex-secretário deve ser realizada na sede da corporação em Brasília, com acesso da imprensa. Em janeiro, quando Arruda ainda não havia sido preso e tinha total comando da Câmara Legislativa, o depoimento de Durval Barbosa chegou a ser aprovado, mas nunca ocorreu.

Em nota, na qual pediu para ter seu depoimento adiado, o delator do “mensalão do DEM” disse que “na condição de denunciante da maior roubalheira documentada já vista no Brasil não poderia jamais me submeter a questionamentos meramente políticos, oriundos de parlamentares pertencentes a uma Casa apoteoticamente desorganizada político e administrativamente”.

Uma pessoa próxima a Barbosa, que conversou com ele pelo telefone na segunda-feira, quando os deputados da CPI anunciaram que tentariam remarcar o depoimento, contou que o ex-secretário não tem “a mínima disposição em colaborar com as investigações da Câmara”. Isto porque ele não quer se envolver em disputas políticas e teria interesse apenas em ajudar a apuração da Justiça, com quem se comprometeu a revelar tudo o que sabe sobre o “mensalão do DEM”.