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Delator afirma que comprou tempo de TV para chapa Dilma-Temer

Em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Alexandrino Alencar disse que a empreiteira pagou R$ 21 milhões em dinheiro em espécie a três partidos para comprar tempo de TV para a chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) em 2014. Segundo ele, o dinheiro, proveniente de caixa 2, foi entregue em hotéis e flats.

Conforme antecipou o jornal O Estado de S. Paulo no início do mês, Alexandrino Alencar disse ao TSE que a empreiteira pagou R$ 7 milhões para cada um desses três partidos: PROS, PC do B e PRB. Ontem, a reportagem obteve a íntegra do depoimento do ex-executivo, mantido sob sigilo.

Alexandrino depôs ao TSE em 6 de março. “Eram inicialmente cinco partidos que houve essa demanda para a gente contribuir via caixa 2, e eu fiquei encarregado de três partidos. Então, três partidos foram feitos por mim, a saber: o PROS, o PC do B e o PRB”, afirmou o ex-executivo ao ministro Herman Benjamin, relator no TSE da ação que apura se a chapa Dilma-Temer cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014.

Conforme Alexandrino, a demanda surgiu do então tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva, que, segundo ele, já chegou com os valores a serem acertados e a indicação de que o pagamento seria via caixa 2.

Questionado por Benjamin se havia ficado claro os termos do pedido, Alexandrino foi categórico. “Sim, para a compra dos partidos. Era claramente uma compra do tempo de TV.”

Alexandrino também falou como eram feitos os repasses. “Eu contatava a pessoa da Operações Estruturadas (conhecido como “departamento da propina”) e dizia: ‘Temos essa demanda’. Às vezes a pessoa ficava num hotel ou tinha lugar fixo em São Paulo, um flat, onde as pessoas dos partidos iam lá buscar.”

Defesas

Em resposta ao TSE, o PRB disse não ter recebido caixa 2, propina ou “recurso financeiro de qualquer origem ilícita” para apoiar a chapa Dilma-Temer. O PC do B informou que o apoio à candidatura de Dilma em 2014 se deveu à “identidade de projetos político-ideológicos”. Nenhum representante do PROS foi localizado.

A defesa de Dilma emitiu nota ontem na qual diz que a vida pública da petista é “limpa e honrada”. Edinho afirmou que é “nítida a tentativa de construção de uma tese que tem como objetivo a criminalização da campanha”. “Jamais pedi doações que não fossem legais.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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