Em uma zona eleitoral movimentada da região norte de Curitiba, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro votou na manhã deste domingo (15).
Ele chegou ao Clube Duque de Caxias, no bairro Bacacheri, do qual é sócio, por volta de 11h15, sozinho, dirigindo o próprio carro, que estacionou dentro do local. Mesmo assim, teve que voltar para fora do clube e enfrentar uma fila de aproximadamente dez minutos para chegar à área de votação.
Além do sol forte na capital paranaense, Moro teve que encarar vários jornalistas e uma fila de apoiadores pedindo para tirar selfies ou para cumprimentá-lo. Um dos fãs parou o carro no meio da rua e gritou: “força, continue firme!”. Já dentro do clube, outro apoiador o cumprimentou: “fala, presidente!”.
Prestes a votar, Moro conversava com fotógrafos que acompanham seu trabalho desde o início da operação Lava Jato, em 2014, quando atuava como juiz do caso. Enquanto um deles pedia para tirar foto com o ex-magistrado, outros brincavam dizendo que, antigamente, reclamavam da demora das audiências de Moro, já que tinham que aguardar até o final para obter alguma imagem.
Foi então que o ex-juiz soltou, sob risos: “Deixei jornalista rico e advogado rico. Depois os advogados reclamam de mim”.
Ainda antes de chegar à urna, o ex-ministro do governo Jair Bolsonaro atendeu aos pedidos de fotos com mais três mesárias que trabalhavam em sua seção.
Anteriormente, na fila, Moro trocou poucas palavras com jornalistas. Ressaltou o momento de escolha dos representantes locais e se negou a conjecturar qualquer cenário para 2022, pleito no qual se especula que ele possa concorrer. Também não quis revelar o voto para prefeito ou vereador nesta eleição.
Questionado sobre uma possível queda do efeito Bolsonaro na eleição de 2020, Moro disse que não teria condições e nem seria o melhor momento para fazer essa avaliação. “É uma eleição local, temos que pensar nos interesses locais, escolher bons prefeitos, bons vereadores, nem tudo se resume a governo federal e ao presidente da República”, disse.
O ex-ministro destacou ainda a importância de se escolherem representantes municipais observando o que foi feito durante a pandemia.
“Vimos como foi importante ter bons gestores para tentar diminuir a disseminação da pandemia e igualmente buscar depois a recuperação da economia. É um momento em que as pessoas têm que estar muito atentas, escolher pessoas corretas e íntegras, isso é um pressuposto, e depois fazer as escolhas segundo as propostas, projetos e o histórico dos candidatos.”
Mais cedo, Moro usou o Twitter para destacar o simbolismo da data das eleições em 2020. “É simbólico que a eleição deste 15/11 ocorra no mesmo dia do aniversário da República. O eleitor é responsável pelo que vai acontecer nos próximos 4 anos. Escolha candidatos íntegros e comprometidos com uma gestão honesta e que beneficie a todos, sem discurso de ódio. Vote consciente!”
Em Curitiba, pesquisas apontam que o atual prefeito, Rafael Greca (DEM) pode se eleger ainda no primeiro turno.
Disputam uma eventual vaga no segundo turno os deputados estaduais Goura (PDT) e Fernando Francischini (PSL).