Defesas de petistas cobram correção de ‘injustiça’

As defesas do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e do ex-presidente do partido José Genoino cobraram na tarde desta quinta-feira, 20, a correção de “injustiças”, pedindo a absolvição dos clientes do crime de formação de quadrilha no processo do mensalão. O Supremo Tribunal Federal (STF) está julgando nesta quinta-feira, 20, recursos dos condenados.

Coube ao advogado de Genoino, Luiz Fernando Pacheco, a defesa mais exaltada dos condenados. Ele declarou que, futuramente, o Supremo Tribunal Federal (STF) vai rever o equívoco cometido há dois anos e absolver Genoino de todo o processo. “Não houve a intenção de formar uma sociedade de delinquentes. Ao contrário, houve desde 1980, com o início do fim da ditadura, a formação de um partido político e lá estavam Dirceu, Genoino, Delúbio, todos formando este partido que encampou o poder e o vem mantendo há doze anos. Sinal de que o povo concorda com as práticas que vêm sendo adotadas. Dizer que ali do outro lado da praça, no núcleo de poder, havia uma quadrilha é um escancarado absurdo e o povo brasileiro já refutou isso. Aliás, pesquisa publicada antes de ontem já deu como certa reeleição da presidente Dilma já no primeiro turno”, disse Pacheco.

O defensor de Genoino chamou o ex-presidente do PTB Roberto Jefferson de “mentiroso compulsivo” e disse que ele engendrou a “maior farsa” da política brasileira quando denunciou o escândalo do mensalão em 2005. Assim como Pacheco, o advogado de Dirceu, José Luiz de Oliveira Lima, questionou a condenação do seu cliente pela STF. Oliveira Lima fez questão de falar que o ex-ministro não chefiou o esquema de compra de votos do Congresso quando era chefe da Casa Civil durante o governo Lula. “Meu cliente não teve no crime o seu modus operandi. Meu cliente teve 40 anos de vida pública sem qualquer mancha. José Dirceu é inocente”, afirmou.

O defensor de Delúbio Soares, Arnaldo Malheiros, foi o único advogado do trio que não criticou o tribunal por outras condenações – os três foram punidos também por corrupção ativa. Ele disse que o trio se associou para formar um partido e conquistar o poder. “Se no curso dessa atividade lícita, surgiu o que esta Corte decidiu (…) este crime não foi praticado por uma quadrilha”, afirmou.

As defesas dos ex-dirigentes do Banco Rural Kátia Rabello e José Roberto Salgado também pediram a absolvição dos respectivos clientes. Após as cinco sustentações orais, o Supremo fez pausa para o intervalo.

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