Preso depois de ser acusado por fraudes em concorrências publicas e recebimento de propina, entre outros crimes, o prefeito de Dourados (MS), Ari Artusi (PDT), está visivelmente deprimido, segundo o advogado dele, Carlos Marques. Ontem à noite o acusado foi transferido às pressas da Polícia Federal (PF) na cidade para a capital do Estado por medida de segurança, conforme informações da corporação. Artusi está isolado em uma cela do 3º Distrito Policial de Campo Grande.
A medida foi adotada depois que quase cem pessoas apedrejaram e tentaram incendiar a casa de Artusi. O pelotão de choque da Polícia Militar (PM) evitou a tragédia – duas filhas do prefeito estavam dentro da residência. O ataque é uma das promessas contidas em panfletos apócrifos espalhados hoje pelas ruas centrais de Dourados.
As filhas foram levadas para a casa de parentes, na própria cidade. A esposa de Artusi, Maria, está detida em um local do Sistema Estadual Penitenciário de Dourados junto com os demais presos na Operação Uragano (furacão Italiano), deflagrada na madrugada de ontem pela PF.
Maria é acusada de retirar R$ 9 mil da Secretaria Municipal de Saúde para “turbinar os seios”, conforme a denúncia contida no processo que apura a atuação do grupo de 29 pessoas, composto por cinco secretários municipais, nove vereadores e empresários. A PF confirma que, segundo o que foi apurado, o prefeito recebia, pelo menos desde o ano passado, R$ 500 mil por mês em propinas.
As propinas eram fruto das concorrências fraudulentas que beneficiavam empresas construtoras, de prestação de serviços e fornecedores. De acordo com a PF, no mínimo eram faturados pelos acusados R$ 2 milhões ao mês. “O dinheiros era dividido entre o grupo de secretários e vereadores. Até deputado estadual queriam entrar no esquema”, afirma o jornalista Eleandro Passaia, autor das denúncias provadas com imagem e som em DVDs entregues à PF em Dourados.