A defesa do senador boliviano Roger Pinto Molina disse que não há hipótese de o parlamentar ser extraditado a pedido do governo da Bolívia. A avaliação é do advogado Fernando Tibúrcio Peña, que está abrigando o senador boliviano em Brasília. “É impossível (a extradição). Não há embasamento legal. Se isso ocorrer, será algo heterodoxo. Não tem sentido”, disse. Para Tibúrcio Peña, Molina mantém o status de asilado político, o mesmo que já tinha quando estava na embaixada brasileira em La Paz.
O senador boliviano evitou responder perguntas de jornalistas, na tarde desta segunda-feira, limitando-se a dizer que “ama o Brasil”. Para esta terça-feira, 27, está prevista entrevista coletiva de Molina, às 13 horas, na Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado.
Pinto Molina estava na missão diplomática do Brasil em La Paz, que lhe concedeu asilo, desde maio de 2012, mas a Bolívia se recusava a conceder autorização para que ele viajasse. Na sexta-feira, 23, foi retirado da embaixada em um veículo diplomático, escoltado por militares brasileiros. Após 22 horas de viagem, ele chegou ao Brasil, no sábado, 24.
Segundo relato do presidente da CRE, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), o parlamentar boliviano viajou em uma comitiva de dois carros com placas consulares, acompanhado do encarregado de negócios da embaixada brasileira em La Paz, Eduardo Saboia, que estava no comando da embaixada desde julho. O diplomata foi chamado de volta ao Brasil pelo Itamaraty.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou, em nota, que abrirá um inquérito para apurar as circunstâncias nas quais o opositor do presidente Evo Morales chegou ao Brasil. “O Ministério das Relações Exteriores abrirá inquérito e tomará as medidas administrativas e disciplinares cabíveis”, cita a nota. A chancelaria boliviana declarou o político fugitivo da Justiça e acionou a Interpol.