O criminalista Maurício Leite, que defende o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e seus familiares no Brasil, afirmou que só vai se manifestar sobre a decisão da Corte Real de Jersey, que bloqueou US$ 22 milhões supostamente desviados do município de São Paulo durante a gestão de Maluf, no dia em que “tiver ciência formal da decisão”. Maluf é defendido na ilha por um advogado, que também não teria tomado ciência da decisão do juiz Michael Birt bloqueando os recursos a fim de que sejam repatriados ao Brasil.
O ex-prefeito sempre negou que tivesse recurso em contas não declaradas no exterior. No Brasil, ele responde a duas ações. Uma por improbidade administrativa na 4ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo e outra de natureza penal no Supremo Tribunal Federal (STF) – já que, como deputado, tem direito a foro privilegiado. Há um mês, o ex-prefeito procurou o secretário de Negócios Jurídicos da prefeitura, Cláudio Lembo. Estava preocupado e tentou demover o secretário de entrar com as ações.
O deputado temia que antigas brigas políticas com Lembo pudessem influenciar no caso. Maluf e Lembo eram da Arena nos anos 70 e 80, mas faziam parte de correntes distintas do partido. Lembo era ligado ao ex-governador Laudo Natel, que se opunha à Maluf. Este tentou expulsar Lembo do partido, alegando um encontro do desafeto com o ex-governador Leonel Brizola.