O advogado do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, José Luis Oliveira Lima, protocolou na manhã de hoje (04) seu último memorial de defesa constando o voto do relator do mensalão, Joaquim Barbosa, pela condenação do petista.
Em 13 itens, distribuídos por 11 páginas, a peça sustenta não haver nos autos provas que incriminem Dirceu e refuta os argumentos usados por Barbosa para condená-lo.
Segundo a defesa, o relator baseou seu voto num “suspeitíssimo depoimento” do ex-deputado Roberto Jefferson, já condenado pela maioria dos ministros do STF. O documento reafirma que Dirceu não teve qualquer relação com a viagem do publicitário Marcos Valério, operador do e salão, e do ex-tesoureiro do PTB Emerson Palmieri em 2005 a Portugal, também usada no voto condenatório de Barbosa.
Segundo o texto, a própria CPI dos Correios “afastou qualquer possibilidade de envolvimento” de Dirceu na chama “Conexão Lisboa”. Da mesma forma, o documento diz que as reuniões do ex-ministro com dirigentes dos bancos Rural e BMG não provam sua atuação em favor das instituições.
Diz que o Ministério Publico e o relator desprezaram depoimentos que atestavam a inocência de Dirceu e privilegiou outros fora dos autos, como o de Renilda Santiago, que a defesa chama de “testemunhos de ouvir dizer”. Por fim, a defesa reforça que Dirceu não sabia de negócios de sua ex-mulher Angela Saragoça com os bancos Rural e BMG e sócios de Marcos Valério.
