A defesa de Andrea Neves, irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG), pediu nesta quarta-feira, 11, ao Supremo Tribunal Federal (STF) o adiamento do julgamento marcado para a próxima terça-feira, 17, quando a Primeira Turma da Corte decidirá se aceita ou não a denúncia contra ela, o senador Aécio Neves, seu primo Frederico Pacheco de Medeiros e Mendherson Souza Lima, ex-assessor parlamentar do senador Zezé Perrella (MDB-MG).

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Todos negam irregularidades e foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no âmbito mesmo inquérito, com base na delação de executivos da J&F. Se o pedido da defesa de Andréa Neves for aceito pelo relator do caso, ministro Marco Aurélio Mello, o julgamento do tucano também será adiado.

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O advogado Marcelo Leonardo, responsável pela defesa de Andrea, alega que na mesma data e no mesmo horário previsto para a discussão do recebimento ou não da denúncia no STF, ele deverá fazer a sua sustentação oral no julgamento de um outro caso, na 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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“Este pedido tem suporte legal, por analogia, no disposto no artigo 265, §§1º e 2º, do CPP, que admite o pedido de adiamento de ato processual, quando o advogado está impossibilitado de comparecer, desde que feito com antecedência e comprovado o motivo”, observa o advogado da irmã de Aécio.

“Registre-se que o julgamento no dia 24/04/18 (ora requerido), se dará há menos de 01 (um) ano dos próprios fatos narrados na denúncia (fevereiro a maio de 2017), revelando-se, assim, a alta eficiência na tramitação do inquérito sob a direção de V. Exa. e em seu gabinete”, argumenta o advogado ao ministro Marco Aurélio.

O caso é referente ao inquérito no qual o tucano é acusado dos crimes de corrupção passiva e obstrução da Justiça. Entre as acusações está a gravação na qual o senador pede R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, um dos donos da J&F. O senador responde a nove inquéritos no Supremo, sendo cinco derivados das investigações da Odebrecht e dois ligados às delações da JBS.

Também são acusados de corrupção passiva nesse inquérito a irmã do senador, Frederico Pacheco de Medeiros e Mendherson Souza Lima.

Por meio de nota, a defesa de Aécio afirmou na última terça-feira, 10, que o senador “vem demonstrando que ele foi vítima de uma situação forjada, arquitetada por criminosos confessos” e que “buscavam firmar um acordo de delação premiada fantástico”. “As provas revelam que o empréstimo pessoal feito ao senador não envolvia dinheiro público ou, como reconheceu a própria PGR, qualquer contrapartida. Assim, inexiste crime ou ilegalidade na conduta do senador Aécio”, afirma o advogado Alberto Zacharias Toron.