A defesa dos acusados de participação em esquema de fraudes em licitações da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento de Campinas (Sanasa) denunciam “terrorismo judicial” contra seus clientes, presos preventivamente desde sexta-feira no 2.º Distrito Policial.

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A expressão foi usada pelo advogado Augusto Arruda Botelho ao analisar a situação de seu cliente Aurelio Cance Junior, diretor técnico da Sanasa, que ocupa uma cela comum com outras 10 pessoas, entre elas, empresários e ex-integrantes do primeiro escalão da Prefeitura de Campinas. Todos foram alvo de operação da força-tarefa do Ministério Público, da Polícia Militar e da Corregedoria da Polícia Civil.

A listagem de prisão contém 20 nomes. Nove são considerados foragidos da Justiça, entre eles o vice prefeito Demétrio Vilagra (PT), os secretários de segurança, Carlos Henrique Pinto, e das Comunicações, Francisco de Lagos. Ficou de fora Rosely Nassin Jorge Santos – mulher e chefe de gabinete do prefeito de Campinas, Dr. Hélio (PDT) – que dispõe de um habeas corpus preventivo.

Apressado e impaciente, com um calhamaço de papeis dobrados na mão, Botelho foi até a sala anexa do 2.º Distrito Policial, local onde são levados os presos temporários comuns, no começo da tarde de domingo. Enquanto aguardava que a carceragem lhe abrisse o portão, ele argumentava não ver a necessidade de prisão de seu cliente. “Em todas as ocasiões, ele atendeu ao chamado dos promotores e colabora com a Justiça.” Segundo o advogado, “a ordem de prisão expedida na sexta-feira foi uma tentativa de desestabilizar as pessoas detidas e dificultar o trabalho dos advogados”. E acrescentou que vai pedir um habeas corpus. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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