A defensora pública da 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, Raquel Ayres, foi nomeada nesta quarta-feira, 7, para acompanhar o processo e os depoimentos prestados pelo caseiro Rogério Pires, acusado de participar do assalto que culminou com a morte do coronel da reserva do Exército Paulo Malhães.
O pedido foi protocolado na tarde dessa terça-feira, 6, na Defensoria Pública do Rio, pelo presidente da Comissão da Verdade, Wadih Damous.
A promotora Adriana Lucas Medeiros, da 7ª Promotoria de Investigação Penal de Duque de Caxias, autorizou a quebra de sigilo de dados dos envolvidos no caso. Ela também aguarda a conclusão dos laudos periciais, de necropsia e de local para decidir se outras medidas serão necessárias.
Torturador confesso de presos políticos durante a ditadura militar brasileira, Malhães foi assassinado no dia 24 de abril, no sítio onde morava, na zona rural de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. De acordo com a Polícia Civil, Pires confessou ter facilitado o acesso e passado informações sobre a rotina da casa aos criminosos.
Os irmãos dele, Anderson e Rodrigo Pires, são apontados como os mandantes do crime junto com um homem encapuzado que ainda não foi identificado. Na terça, três integrantes da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado estiveram no Rio para colher informações sobre a investigação. Acompanhados por Damous, eles conversaram com o caseiro na carceragem da Divisão Antissequestro (DAS), no Leblon, zona sul, e depois seguiram para reunião com a cúpula da Polícia Civil e os delegados responsáveis pelo caso.
Os senadores consideraram “muito estranho” o fato de os três depoimentos de Pires, que disse ser analfabeto, terem sido prestados sem o acompanhamento de um advogado. Em resposta o delegado titular da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), Pedro Henrique Medina, afirmou que “todo regulamento do código de processo penal foi seguido”. “Pode ser feito um depoimento e uma confissão sem o advogado desde que haja testemunhas de leitura”, disse.