O governador Beto Richa (PSDB) assegurou, ontem, ao procurador-geral de Justiça, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, que o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MP) do Paraná, não será atingido pelo decreto do Executivo que solicitou o reenquadramento aos quadros da Secretaria de Segurança Pública de todos os policiais civis e militares cedidos a outros órgãos ou instituições. Além de garantir a manutenção dos policiais no Gaeco, o governo disse que pretende oficializar e ampliar o grupo.

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“Os policiais permanecerão no Gaeco. Essa é a orientação do governo do Estado e da Secretaria de Segurança Pública. No mesmo número, por enquanto, mas a ideia é ampliar a partir de agora, num termo de cooperação e no decreto que institucionaliza o Gaeco e garanta estabilidade independente de quem estiver no governo”, disse o procurador-geral, que ouviu de Beto Richa que os cerca de 70 policiais à disposição do MP não precisarão se reapresentar em seus batalhões. “Não haverá nenhuma interrupção de investigação em curso, nenhuma ameaça à continuidade”, disse. O Gaeco conduz, hoje, cerca de 250 processos investigatórios.

O secretario estadual de Segurança Pública, Reinaldo de Almeida César, disse que em nenhum momento cogitou a possibilidade de desestruturar o Gaeco. “O decreto foi no sentido de fazer um diagnóstico na situação dos recursos humanos do Estado, não tinha nada relacionado ao Gaeco especificamente, era um decreto que fazia retornar à origem todos os servidores que estivessem a disposição de outros órgãos, de outros poderes”, explicou.

“A orientação do governador Beto Richa é que possamos trabalhar na segurança com integração e união de esforços. Não faria sentido nenhum alijarmos desse processo a contribuição muito valiosa do MP, que se materializa na ação enfática do Gaeco”, acrescentou.

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Mas o secretário aproveitou o embalo dos boatos sobre o fim do Gaeco para propor a oficialização da parceira, garantindo a continuidade permanente do grupo.

“Trouxemos a proposta de institucionalização, pela primeira vez um termo que torne permanente a parceira que garante o trabalho do Gaeco. Vamos trabalhar agora no detalhamento desse termo, a questão do recrutamento dos policiais, do perfil desses policiais, se haverá revezamento ou não”, disse.

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Sobre os outros policiais cujo retorno foi determinado, o secretário disse que as situações serão avaliadas caso a caso. “Vamos analisar criteriosamente. Policiais que, como no caso do Gaeco, estejam em uma função de inteligência, de apoio, enfim, de atividade policial, permanecerão cedidos. Aqueles que, estiverem na Polícia Civil, por exemplo. Mas aqueles que estão em atividades administrativas, têm que regressar e trabalhar no campo operacional”, explicou.

“Não é possível que nós tenhamos uma defasagem histórica no efetivo policial e estejamos nos dando ao luxo de abrir mão de profissionais da segurança pública para trabalhar em função administrativa. Somente da PM, em primeira análise, há mais de 300 policiais em desvio de função”, concluiu.