Foto: Lucimar do Carmo/O Estado |
Greca: "Não foi o Requião quem introduziu o pedágio no Paraná. Foi no governo do PFL". continua após a publicidade |
O bombardeio ao governo do Estado no programa estadual do PFL, que foi ao ar na noite de anteontem no horário reservado aos partidos nas emissoras de rádio e televisão, fez os peemedebistas partirem para a ofensiva ontem à tarde. Em nota oficial divulgada pelo diretório estadual do partido e nas manifestações dos seus deputados, o PMDB acusou o PFL de tentar enganar a opinião pública, de ter descuidado da ética nas relações políticas e de ter transformado o governador Roberto Requião (PMDB) em alvo eleitoral.
Apresentado por um âncora do começo ao fim, o programa do PFL atacou a administração do governador Roberto Requião, centralizando as críticas no programa Leite das Crianças e na polêmica sobre a cobrança do pedágio. Os pefelistas também abordaram as relações de Requião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sugerindo que o governador "abandonou" o aliado ao fazer críticas à política econômica do governo.
O presidente do diretório estadual do PMDB, deputado Dobrandino da Silva, reagiu afirmando que o PFL "não tem moral" para criticar o PMDB e muito menos fazer cobranças sobre qualquer ação de governo. "Quem é que instalou o pedágio no Paraná? Quem fez os Jogos da Natureza, que trouxeram enorme prejuízo ao Estado? Quem vendeu o Banestado, a Sanepar e queria vender a Copel? É mau-caratismo. Eles arrombaram o Estado e querem jogar a culpa em nós", revidou o dirigente do PMDB do Paraná.
O deputado Rafael Greca, que antes de ingressar no PMDB era filiado ao PFL, afirmou que a versão apresentada pelo seu antigo partido a respeito do atual governo não corresponde à realidade. "Não foi o Requião quem introduziu o pedágio no Paraná. Foi um governo do PFL", disse o deputado.
Greca criticou ainda a fórmula usada pelo PFL, usando apenas um âncora para fazer as críticas, sem mostrar a opinião de suas lideranças. "Usaram um ventríloquo e não assumiram o que pensam do governo", comentou.
Na nota oficial, o PMDB afirma que o PFL está apostando na falta de memória da população para se promover eleitoralmente. "O PFL criou o pedágio, abandonou as estradas, entregou a Sanepar ao capital privado, tentou vender a Copel e, não conseguindo, quase a levou à falência, destruiu e privatizou o Banestado, sucateou os serviços públicos de segurança, saúde e educação, promoveu o maior arrocho de que se tem notícia ao salário do funcionalismo, deu sustentação ao governo que mais se envolveu em denúncias de escândalos e corrupção, ao ponto de ter boa parte de seu secretariado processado criminalmente, esse partido, com um histórico assim, aposta na hipotética falta de memória popular para voltar à cena."
Comparações
O líder da bancada do PFL na Assembléia Legislativa, deputado Plauto Miró Guimarães, declarou que o seu partido fez um comparativo do discurso da campanha de 2002 com a ação do atual governo. "Mostramos a realidade que a mídia técnica do Estado não mostra. Foi um relato da realidade do Paraná e um contraponto ao que é divulgado pelo governo", afirmou o deputado.
Plauto Miró Guimarães disse ainda que o PMDB deve ficar à vontade para recorrer à Justiça e solicitar um direito de resposta. "Todas as ações que entraram, perderam todas", destacou.
O presidente do PMDB informou que o partido não vai acionar judicialmente a direção do PFL. "Nós vamos responder de cara limpa a eles, um partido de mascarados", retrucou.