O presidente Luiz Inácio Lula da Silva animou os defensores de palanque único para a ministra Dilma Rousseff nos Estados ao sustentar a tese de que pedir votos para dois candidatos diferentes a governador confunde o eleitorado e pode atrapalhar a disputa presidencial. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo na semana passada, o presidente considerou “impossível”, “incompreensível” e “desagradável” a pré-candidata do PT à Presidência “ir a dois palanques em um Estado, um de manhã e outro à noite”.
Por outro lado, os partidários de palanques duplos cobraram tratamento igualitário durante a campanha eleitoral. Eles argumentam que, onde não houver unidade, o presidente e a candidata petista devem fazer o discurso de que, seja quem for o aliado vitorioso, terá a parceria do governo federal.
Lula reforçou a posição do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), que na segunda-feira de carnaval cobrou de Dilma presença somente em seu palanque e distância do candidato do PR, o ex-governador Anthony Garotinho. Além do Rio, o cenário é de disputa entre governistas em Minas Gerais e na Bahia – todos entre os quatro maiores colégios eleitorais do País.
Mas aliados do presidente discordaram da previsão de Lula de que Dilma poderá ficar longe dos Estados onde não houver acordo. Para eles, o presidente levantou essa hipótese extrema para estimular o entendimento onde a situação é mais grave.