Respingou nos Democratas do Paraná as negociações nacionais da aliança tucana ao governo do Estado. O presidente do diretório estadual, deputado federal Abelardo Lupion, abriu uma crise no DEM ao declarar que a direção nacional decidiu que, no Paraná, a sigla irá apoiar o senador Osmar Dias, pré-candidato do PDT ao governo.

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Foi o suficiente para que deputados e lideranças no partido, comprometidos com a pré-candidatura do prefeito Beto Richa (PSDB) no Paraná, contra-atacassem desmentindo o presidente do partido e criticando sua posição nas negociações.

Lupion disse que o presidente nacional do partido, deputado federal Rodrigo Maia (RJ), já havia comunicado ao pré-candidato do PSDB à sucessão presidencial, o governador de São Paulo, José Serra, que o apoio do DEM irá para Osmar no Paraná.

O DEM, segundo Lupion, irá respeitar o acordo que teria sido feito na campanha eleitoral de 2008, quando o prefeito de Curitiba, Beto Richa, foi reeleito com apoio de pedetistas e Democratas.

Agência Câmara
Maia: com uma bomba nas mãos.
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“O DEM do Paraná está chegando ao fundo do poço. Estão partindo de duas mentiras para propor uma coisa pior, que é a traição”, reagiu o deputado federal Alceni Guerra.

Ele desmentiu que tenha havido o comunicado de Maia a Serra e também contestou a existência do acordo para apoiar a candidatura de Osmar. “E o que é pior, estão propondo usar o palanque do Osmar, que está apoiando a Dilma Rousseff, para apoiar o Serra. Isso é traição”, disparou.

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O líder da bancada estadual do partido, deputado Plauto Miró Guimarães Filho, afirmou que não há a menor possibilidade de a direção nacional impor uma posição ao partido no Estado.

“O presidente do partido, pessoalmente, é a favor da aliança. Mas a decisão é do partido e será decidido democraticamente”, afirmou. Após as declarações de Guerra e Miró, a reportagem tentou, mas não conseguiu contato com Lupion.

Revolta

Agência Câmara
Alceni: DEM no fundo do poço.

Se a reunião do PSDB respingou no DEM, as declarações de Lupion respingaram no PT, que articula aliança com Osmar Dias. A ala mais a esquerda do partido surtou com a possibilidade de dividir palanque com o DEM.

“PT e DEM no mesmo palanque não existirá. É impossível”, declarou o deputado federal Doutor Rosinha. “Em que pese todo o pragmatismo que rege o processo eleitoral, o PT não pode jogar no lixo a sua história e a história das pessoas que construíram esse partido”, disse o deputado estadual Tadeu Veneri, lembrando que quando presidente do partido, Gleisi Hoffmann havia declarado que as alianças do PT tinham limites e que o partido não conversaria com DEM e PSDB.

Já o deputado Ângelo Vanhoni, que participou ontem de reunião com Osmar Dias (pág 4), disse não ver problema em o partido de oposição entrar na campanha de Osmar.

“Não vejo problema nenhum se o DEM quiser apoiar a chapa liderada pelo Osmar, dentro de um programa que está consolidado, que vai culminar com o papel do estado no desenvolvimento econômico sobre o prisma da distribuição de renda e de políticas sociais emancipadoras para o povo paranaense. Não vamos recusar apoio”, declarou.