Embora mantenha o suspense sobre o convite para entrar no PV e sair candidata à presidência da República em 2010, a senadora Marina Silva (PT-AC) viveu hoje algumas horas de pré-candidata. No meio de um acampamento de quase três mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), vindos de 24 Estados e reunidos em Brasília desde o início da semana, Marina fez palestra sobre as mudanças climáticas no mundo e aproveitou para pregar outras mudanças, como a do modelo de desenvolvimento econômico.

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Após o evento, em que foi aplaudida de pé pela plateia, a senadora voltou a dizer em entrevista que ainda não se decidiu sobre a mudança de partido, mas garantiu que pretende se definir em breve. “Não coloquei prazo, nem dia, mas não quero prolongar esse anúncio para não transformar isso numa novela em respeito ao PT, ao PV e a mim mesma”, afirmou a ex-ministra do Meio Ambiente após concluir sua palestra.

Marina minimizou o entusiasmo dos vários militantes do MST, com os quais posou para fotos e deu autógrafos, afirmando que sua participação no evento já estava marcada há muito tempo. “Isso aqui não tem nada a ver com campanha eleitoral, sempre que ando pelo País as pessoas me tratam com muito carinho e aqui não aconteceu nada diferente”, afirmou a ex-ministra do Meio Ambiente. Ela disse ainda que está avaliando o convite do PV a partir do compromisso assumido pelos dirigentes do partido de que haverá alterações programáticas para reforçar a luta pela questão ambiental.

Questionada se a possibilidade de uma eventual candidatura sua tirar votos da ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, que é a preferida do presidente Lula para ser candidata pelo PT, Marina afirmou que a “luta pela ambiental” não atrapalha ninguém. “O voto é do cidadão e é a nossa visão patrimonialista que acha que o voto é de alguém”, comentou.

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A senadora afirmou ainda que aceitou pensar no convite do PV condicionado a que isso não esteja atrelado às pesquisas de intenção de votos e nem a uma candidatura ao Palácio do Planalto à priori. “Não se muda de partido para ser candidato, o que deve nos mover é o compromisso programático”, afirmou. No entanto, nas entrelinhas do discurso cauteloso, Marina deixou escapar pistas de suas intenções.

Ao lembrar que atua na defesa do meio ambiente há mais de 30 anos pelo PT, ela afirmou achar que está na hora de “as boas ideias e experiências desse período se tornarem políticas amplas que tenham escala na magnitude do Brasil”. E completou: “Estamos diante de uma esquina ética, ou não nos importamos com a possibilidade de inviabilizar a vida na terra ou nos importamos e começamos a fazer as mudanças agora”.

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