ENROLAÇÃO

Decisão sobre afastamento de Derosso da presidência da Câmara pode ficar para 2012

A falta de consenso na bancada de apoio ao prefeito Luciano Ducci (PSB) adiou, pela enésima vez, a decisão do Conselho de Ética da Câmara de Curitiba sobre o afastamento do presidente João Claudio Derosso (PSDB). Ele é acusado de irregularidades em contratos de publicidade que somam mais de R$ 30 milhões.

Há mais de 70 dias, o vereador Jorge Yamawaki (PSDB) apresentou o relatório sugerindo o afastamento do tucano por 90 dias. Representando a oposição, a vereadora Noêmia Rocha (PMDB) já havia votado acompanhando o relator. Agora faltam os votos dos vereadores Pastor Valdemir Soares (PRB) e Dirceu Moreira (PSL), que prometeram apresentar seus posicionamentos na reunião desta quarta-feira, a vigésima sétima desde o início dos trabalhos, há quatro meses. Mas a promessa não foi cumprida.

Soares explicou que não há consenso na bancada do prefeito em relação ao prazo de afastamento de Derosso. O vereador do PRB admitiu que a votação pode ficar para o ano que vem, já que alguns parlamentares defendem que a punição seja cumprida apenas após o recesso. Caso o afastamento fosse decidido agora, muito provavelmente o presidente da Câmara cumpriria o afastamento durante as férias legislativas.

Para a vereadora Professora Josete (PT), suplente do Conselho de Ética, a postura dos dois parlamentares demonstra que o grupo que apoia Derosso faz o possível para postergar ao máximo qualquer decisão da Casa em relação ao caso. “Essa história de que não foi possível chegar a um consenso não convence; pelo contrário, mostra de forma clara a intenção de grande parte dos vereadores de Curitiba: jogar para debaixo do tapete todas as denúncias”, afirma. “Por isso, eu pergunto: é ético tentar engavetar as sérias denúncias de irregularidade contra o chefe do Poder Legislativo Municipal?”, questiona.

Fantasma?

Na reunião desta quarta, o vereador Dirceu Moreira votou pelo arquivamento do processo que questionava a existência do jornal ‘Câmara em Ação‘. A vereadora Professora Josete (PT) denunciou que a publicação era ‘fantasma‘ já que não havia encontrado exemplares do periódico que custou R$ 14 milhões à Casa.

Relator do processo relativo ao ‘Câmara em Ação‘, Moreira justificou o pedido de arquivamento por ter encontrado exemplares. ‘É leviandade dizer que o jornal não existe. O jornal foi tirado e distribuído nos calçadões, terminais de ônibus e pontos de aglomeração de pessoas‘, argumentou.

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