Decisão do TSE embaralha ainda mais o quadro no Paraná

A decisão do TSE de estabelecer que estão sujeitos à norma da verticalização das coligações mesmo os partidos que não lançarem candidato à presidência da República acrescentou mais algumas peças ao já intrincado quebra-cabeças da sucessão estadual do Paraná.

Os peemedebistas foram surpreendidos pela interpretação do TSE no dia em que tentavam acertar uma aliança com o PSDB nacional. A partir do momento em que o TSE decidiu que partido sem candidato ou que apoiar chapa de outra sigla para a sucessão presidencial terá que obedecer nos estados a mesma composição da aliança para presidente ou disputar sozinho a eleição, as articulações entre os dois partidos esfriaram.

A salvação da aliança entre PSDB e PMDB no Paraná depende agora de uma coligação formal entre os dois partidos em torno da candidatura de Geraldo Alckmin à presidência da República, disse o presidente estadual do diretório tucano, deputado Valdir Rossoni. Ele observou que se o PMDB não apoiar formalmente a candidatura tucana à presidência, não tem acordo oficial possível no Estado para que os tucanos apóiem a reeleição do governador Roberto Requião.

O presidente do PSDB comemorou a decisão do TSE. "Venci o Hermas na lei", disse Rossoni, referindo-se ao presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, o artífice da aliança entre os tucanos e Requião. Para Rossoni, se as alianças nacionais não resultarem numa candidatura única no estado, ou seja, se o PMDB e o PDT ficarem de fora do leque formal de aliados de Alckmin, o PSDB do Paraná lança um candidato próprio. O nome volta a ser o do deputado federal Gustavo Fruet.

Com razão

O senador Osmar Dias disse que a decisão do TSE apenas reforça o acerto de sua posição, tida como prudente por alguns e de indefinição por outros, de aguardar a convenção nacional do seu partido, no próximo dia 19, quando o PDT decide se terá candidato próprio à presidência da República. Osmar disse que fez bem em não se precipitar porque tudo os que os partidos estavam costurando até agora "caiu por terra", depois do parecer do ministro Marco Aurélio de Mello.

Para Osmar, sua candidatura está agora mais dependente do que nunca de uma decisão nacional. O senador pedetista disse que conversou ontem com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, e que o dirigente do partido não sabia ainda como irá se posicionar diante da nova situação.

Entre os pefelistas, a avaliação é que se houver um acordo formal entre PSDB e PMDB nacional, reproduzindo-se no estado, o PFL vai buscar um caminho alternativo.

O vice-presidente estadual do PFL, deputado Durval Amaral, analisa as possibilidades para o partido. Segundo Amaral, a norma do TSE não impede que o PFL se junte ao PPS, se essa sigla estiver na coligação em torno de Alckmin. Para o dirigente do PFL, a decisão do TSE permite que as alianças nacionais sejam desdobradas nos estados. Desta forma, PPS e PFL poderiam formar um palanque à parte. "Seja qual for a decisão final, o fato é que o PFL do Paraná não vai com o PMDB", afirmou.

Para o deputado estadual Marcos Isfer, o PPS não vai ser afetado pela posição do TSE. Ele disse que a retirada da candidatura do deputado Roberto Freire já estava levando o PPS para o palanque de Alckmin e que, no Paraná, a pré-candidatura de Rubens Bueno ao governo vai seguir a mesma linha.

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