Foto: Fábio Alexandre/O Estado
Dobrandino acha que os colegas estão queimando etapas.

A decisão do deputado Alexandre Curi (PMDB) de compor com o deputado Nelson Justus (PFL) na disputa pela presidência da Assembléia Legislativa aprofundou as divergências na bancada do PMDB. O deputado Nereu Moura (PMDB), que está tentando obter o apoio da bancada para disputar o cargo, classificou a decisão do colega como ?individualista? e desrespeitosa com o partido. ?O tiro vai sair pela culatra porque a pessoa que não tem postura de coerência, não se dá bem na Assembléia?, afirmou Moura, que está vendo o acordo entre Alexandre e Justus fragilizar ainda mais a sua candidatura, já ameaçada pela falta de consenso na bancada.

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Alexandre justificou que suas negociações com Justus foram decorrentes da falta de unidade da bancada peemedebista. Ele disse que já havia avisado à bancada que se o consenso não viesse em torno de um único nome, ele aceitaria o convite para ser candidato a 1.º secretário na chapa de Justus.

Para Moura, entretanto, Alexandre se antecipou ao desfecho do processo de discussão interna. ?Tinha que esgotar a discussão no partido. Até lá, o mínimo que se espera é respeitar os companheiros. Mas tem gente nova que ainda não aprendeu isso?, criticou Moura.

Descompasso

As desavenças no PMDB não se restringem a Nereu e Alexandre. O presidente estadual do partido, Dobrandino da Silva, que também é pré-candidato, disse que o processo interno está sendo malconduzido. Dobrandino acha que os colegas estão queimando etapas. ?A eleição é só no dia 1.º de fevereiro do ano que vem. Até lá, muita coisa vai acontecer. Qualquer acordo que se fizer agora pode não perdurar até o dia da eleição. Agora funciona na base do todo mundo promete apoio para todo mundo. Mas o que vale mesmo é o acordo do último dia?, comentou.

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Dobrandino disse que o rumo das articulações foi ditado pelo governador Roberto Requião (PMDB), quando declarou que não iria se posicionar. ?Eu já falei duas vezes com o governador para que ele sinalizasse o apoio. Mas ele disse que não se envolve. Agora, nós vamos ter que nos quebrar para tirar um candidato nosso. E isso favorece o Nelson Justus?, analisou o presidente estadual do partido.

Em marcha

Enquanto o PMDB se digladia, Justus está montando a sua chapa. Ele aguarda para hoje uma resposta da bancada do PT, que convidou para indicar o candidato a 2.º secretário. Ontem, o presidente estadual do PT, deputado André Vargas, afirmou que o partido irá ouvir Moura e Justus e, depois de conhecer o projeto de cada um, irá definir. Mas adiantou que Justus se enquadra no ?figurino? exigido pelo PT para comandar o Legislativo. 

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