O debate de ontem à noite na Rede Massa foi marcado pela troca de acusações entre Beto Richa (PSDB) e Osmar Dias (PDT). Não faltaram farpas, acusações, pegadinhas e ameaças entre os dois candidatos que lideram as pesquisas de intenção de votos, seja nas perguntas diretas de um para outro, seja nas respostas que deram aos candidatos Paulo Salamuni (PV) e Luiz Felipe Bergmann (PSOL).

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Beto Richa declarou que há dois dias da convenção do PSDB foi chamado por Osmar Dias para uma conversa, quando o senador teria lhe garantido que não seria candidato ao governo e apoiaria o tucano.

Questões como as privatizações, as promessas de aliança supostamente feitas e não cumpridas por um ou outro candidatos em momentos diferentes da pré-campanha, a dita incoerência nas coligações, o conhecimento dos candidatos sobre o Estado, temas comuns desta campanha foram novamente explorados pelos dois candidatos, que, muitas vezes fizeram acusações diretas ao adversário.

Beto explorou o documento que o PDT teria enviado ao PSDB antes das convenções com uma proposta de aliança entre PDT e PSDB. Osmar voltou a responder que era apenas uma consulta ao diretório nacional do partido, que segundo ele respondeu que só aceitava a coligação com o PSDB se o PDT fosse cabeça de chapa.

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“Ou seja, se meu adversário cumprisse a promessa que fez aos curitibanos de cumprir seu mandato como prefeito da capital”, enfatizou o senador. Beto, então retrucou: “Não negue, você me chamou dois dias antes e disse “não serei candidato em hipótese alguma, não estou te enganando”.

Osmar treplicou: “Meu Deus, como você mudou. A carta quem fez foi o PSDB é de maio, a que eu fiz era uma consulta ao diretório nacional se poderia fazer a coligação”.

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Os candidatos também exploraram deslizes dos adversários durante a campanha. Osmar perguntou se Beto conhecia as estradas federalizadas do Paraná, para lembrar que o tucano prometeu duplicar uma rodovia já federalizada.

Beto classificou a pergunta como “pegadinha” e disse que Osmar prometeu asfaltar estrada que foi pavimentada em 1974. Osmar também citou que Beto diz que não precisa entender de agricultura para governar o Paraná porque terá bons assessores para isso. “Então, como seus assessores não estão aqui, não vou te perguntar sobre agricultura”, provocou.

Ao responder a Bergmann sobre Meio Ambiente, Osmar disse que resolverá o problema do aterro da Caximba, “apesar de terem prometido, em cartório, por duas vezes, resolverem o problema, mas deixaram a prefeitura sem resolver” Beto por sua vez, ao responder sobre a privatização do Banestado, lembrou que Osmar era do PSDB, da base do governo Fernando Henrique e que também já votou por privatizações, como a do gás e das comunicações.

Osmar retrucou e disse que Beto era filho biológico de José Richa, mas filho político e Jaime Lerner. Osmar disse, também, que foi do PSDB , mas saiu para não ser expulso porque insistia em propor uma CPI contra a corrupção no governo FHC. “Eu cumpro o que prometo e o que eu assino”, disse Osmar.

O candidato do PSOL, Luiz Felipe Bergmann, protagonizou os momentos mais engraçados e, também os mais constrangedores do debate. Dizendo que os dois principais candidatos são iguais.

Bergmann disse que Beto tem histórico de falhas administrativas e fantasmas na Assembleia, sugeriu para Osmar “passe o endereço da escolinha onde aprendeu a falar companheiro para Sarney, Collor e, até para o Lupion, os novos aliados do PT” e, nas considerações finais, repetiu que ambos representam o mesmo grupo político e que fizeram um teatro para tentar convencer que são adversários, chamando os dois candidatos de “tio cowboy e sobrinho playboy”.

Salamuni, que insistiu na defesa da candidatura à presidência de Marina Silv,a, também criticou as posições parecidas dos dois candidatos e as promessas exageradas de ambos, que classificou de “propostas spielberganas” e voltou a apresentar documento pedindo o afastamento da mesa diretora da Assembleia Legislativa.