Debate na TV entre candidatos sem polêmicas

Com regras tão severas quanto as que regeram o primeiro debate (promovido pela Rede Bandeirantes) entre os candidatos a prefeito de Curitiba nestas eleições, o produzido pela Rede Record no último sábado também não teve momentos de grande polêmica. Os convidados – representantes dos partidos com representação no Congresso Nacional – explicaram porque desejam suceder Cássio Taniguchi (PFL) e quais seus planos para a cidade.

Beto Richa (PSDB) e Osmar Bertoldi (PFL) se enfrentaram novamente na disputa pela paternidade de programas públicos desenvolvidos pela atual gestão, o candidato do PT, Angelo Vanhoni, cobrou de Richa o Linhão do Turismo, promessa de Taniguchi que não foi implementada até hoje, e Bertoldi tentou colar em Rubens Bueno, o candidato da coligação do Voto Limpo, o rótulo de “forasteiro” ao citar sua passagem pela prefeitura de Campo Mourão, na comparação da experiência administrativa de cada um. O pefelista lembrou que já foi 2.º secretário da Câmara Municipal de Curitiba, que tem orçamento semelhante ao daquela Prefeitura da região Noroeste.

Bueno rebateu ponderando que “uma coisa é administrar um órgão composto por 35 vereadores e outra, bem diferente, tratar das demandas e problemas de um município de porte médio”. Ao final, Bueno traduziu a impressão da grande maioria das pessoas que acompanharam o evento: com oito debatedores, sorteio prévio de temas e definição dos candidatos que perguntam e respondem, o programa ficou engessado. Alguns temas fundamentais, como segurança pública, saúde e emprego, foram tratados de forma ligeira, até pelo pouco tempo que os participantes tiveram para aprofundar suas idéias e planos. O debate começou às 23h e encerrou por volta da 1h15.

Eixo metropolitano

A obra mais ambiciosa da gestão de Cassio Taniguchi foi abordada pelo candidato do PT. Vanhoni sugeriu a implantação do biarticulado na BR-476, a antiga BR-116, para reduzir os custos de construção do Eixo Metropolitano, de aproximadamente R$ 400 milhões, já que a Prefeitura prevê a colocação de um novo modelo de ônibus no local, muito mais caro que o biarticulado: “Já apresentamos esta proposta na eleição passada. É preciso integrar a cidade, mas sem endividá-la. Assim teremos mais dinheiro para investir nos bairros”, destacou.

O candidato do PFL, Osmar Bertoldi, rebateu que o Eixo não é apenas promessa, mas um compromisso de verdade, pois a obra já tem até recursos garantidos para sua implantação: “O Cassio deixa esse projeto de presente para a cidade. Eu vou fazer esta obra”, garantiu. O projeto tem financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Além do Eixo da BR, na antiga 116, o programa também levará obras para mais de 100 ruas da cidade.

O candidato do PSDC, Leopoldo Castro Campos, reafirmou suas críticas à obra, apontando desde superfaturamento até irregularidades na licitação.

Beto Richa considerou o evento “mais uma oportunidade para que os eleitores conheçam os candidatos e possam identificar-se com as propostas que cada um apresenta”. Segundo ele, “o importante é que o eleitor analise o conjunto de valores e a história política de cada candidato”.

Participaram do debate, além de Richa, Vanhoni, Bueno, Bertoldi e Leopoldo Campos, os candidatos do PL, Mauro Moraes, do PV, Melo Viana, e do PMN, Pedro Manoel Neto.

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