O ministro da Agricultura, Neri Geller, avalia que ainda há resistência de parte do agronegócio à reeleição da presidente Dilma Rousseff, especialmente na indústria do etanol. Em entrevista Broadcast Ao Vivo, o ministro considerou que o campo recebeu tudo o que pediu ao governo e que “nenhum governo na história desse País” fez o que a gestão da petista lançou em apoio ao agronegócio.

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Apesar da resistência, Geller acredita que o debate ideológico entre PT e os ruralistas está superado. Para isso, o ministro cita ele mesmo como exemplo, revelando que não deu apoio ao então candidato Lula na corrida pelo Palácio do Planalto. “O debate ideológico está superado. Eu não tenho nenhuma dúvida e olha que eu não votei no PT em 2007, eu era do PSDB. Eu estou no governo porque fui indicado pelo setor e reconheço na presidente Dilma, como cidadão e como produtor que sou também, os avanços que tivemos”, revela.

Filiado ao PMDB, que não lhe deu apoio para ocupar o ministério, Geller compara a gestão ambiental do PT com a do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) na hora de defender o governo do qual é um dos mais novos integrantes do primeiro escalão. “O agronegócio tem de reconhecer que não teve nenhum governo na história desse País que fez o que a presidente Dilma está fazendo. Se você pegar quem jogou todo mundo na ilegalidade ambiental no governo passado, em 1998, não foi a presidente Dilma. Ela acompanhou a movimentação do Congresso Nacional, sancionou a legislação ambiental e agora está fazendo a regulamentação que dá segurança jurídica para os produtores”, afirmou.

Geller lista uma série de medidas pró-agronegócio adotadas pelo PT, destacando o aumento de recursos para financiar o setor, que no Plano Safra 2014/2015 atingiu R$ 156 bilhões. “Os créditos que foram disponibilizados há 12 anos tinham juros de 9% a 16%. Hoje, as taxas de longo e médio prazo para custeio são de 3,5% a 6,5%. Então, o governo fez muita coisa”, compara. “Na questão da comercialização, no momento certo o governo fez a intervenção, quando precisou. Na logística, eu me lembro da BR-163 quando fui para Mato Grosso, em 1984, quando não tinha produção (de grãos, hoje em 44 milhões de toneladas somente no Estado), e ela era a mesma em 2002. Agora, está sendo concluída”, disse.

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A reversão ideológica e lista de iniciativas deverão ser usadas pelo ministro para buscar voto para Dilma quando a campanha eleitoral começar oficialmente. Ele também deve se apresentar como um homem indicado pelo setor para ocupar Agricultura, que trabalha forte pelo setor e encontrou apoio na presidente para defender o campo. “No momento certo vou pedir voto para a presidente. Estou motivado, porque tudo o que o setor pediu à presidente e foi encaminhado ao ministério da Agricultura nós levamos (ao Planalto)”, conclui.