O último debate antes do primeiro turno em Porto Alegre, na noite desta quinta-feira, 29, foi marcado pelo enfrentamento direto entre os primeiros colocados nas pesquisas de intenção de votos.
Participaram do encontro, organizado pela RBS TV, cinco dos nove candidatos. O atual vice-prefeito da capital gaúcha, Sebastião Melo (PMDB), o ex-prefeito Raul Pont (PT), o deputado federal Nelson Marchezan Junior (PSDB) e o deputado estadual Maurício Dziedricki (PTB) foram escolhidos pelo critério de representatividade dos partidos na Câmara dos Deputados. Já a ex-deputada federal Luciana Genro (Psol) foi convidada por critério jornalístico, pois está bem colocada nas pesquisas de intenção de votos.
O vice-prefeito de Porto Alegre e líder nas pesquisas foi, novamente, o principal alvo das críticas. Ainda no primeiro bloco, Marchezan questionou sobre o plano de informatização do sistema de saúde da cidade, que não saiu do papel. O vice-prefeito rebateu dizendo que Marchezan estava criticando “a si mesmo”, já que até o fim do ano passado seu partido fazia parte da gestão municipal e que o PP, legenda de seu candidato a vice, integra o governo até hoje. “Oposição de ocasião faz mal à democracia”, afirmou Melo.
A discussão foi retomada no segundo bloco. “O PP está no seu governo mas acha que o senhor não será um bom prefeito, por isso decidiu não lhe apoiar. Não vejo nenhum problema nisso”, falou Marchezan. De acordo com a pesquisa Ibope mais recente, divulgada em 23 de setembro, Melo lidera a corrida pela prefeitura com 29% das intenções de voto, seguido por Marchezan e Pont, ambos com 17%.
Num embate entre Melo e Pont, o peemedebista disse que as finanças de Porto Alegre e do Brasil vão mal porque o PT deixou o País numa situação “muito difícil”. Ele associou a falta de recursos na capital gaúcha às crises nacional e estadual. “As receitas próprias do município correspondem a apenas 30% do total”, disse. Melo afirmou que, apesar disso, a prefeitura está mantendo os serviços essenciais e pagando a folha do funcionalismo municipal.
Mais adiante, Raul trouxe o assunto de volta para dizer que a questão central não é a falta de verbas, mas sim as prioridades da prefeitura. “Haveria recursos para contratar os 260 guardas municipais (aprovados em concurso público) se diminuíssemos os cargos de confiança. O problema não é recurso, é prioridade.”
Já Luciana disse que, se eleita, pretende cortar 70% dos cargos de confiança da administração municipal e que vai oferecer oportunidade de trabalho para mulheres que hoje estão desempregadas.
“Ao invés de sustentar cargos políticos, vamos dar a oportunidade a mulheres que são chefes de família”, falou. De acordo com a candidata, com o corte de 700 CCs seria possível dar um salário mínimo para 4 mil mulheres que prestassem serviços a prefeitura. Luciana aparece em quarto lugar na última pesquisa Ibope, com 12% das intenções de voto, seguida por Dziedricki, com 7%.