O debate realizado pela RICTV, entre quatro dos candidatos ao governo do Paraná, foi mais ameno do que os anteriores, mas ainda assim ocorreram algumas trocas de farpas entre os dois principais candidatos que lideram as pesquisas de intenções de votos, Beto Richa (PSDB) e Osmar Dias (PDT), inclusive com concessão de dois direitos de resposta, um para o senador e outro para o tucano.

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Paulo Salamuni (PV) iniciou o debate dizendo que “a menor distância entre dois pontos é uma linha reta” e que a sua candidatura representa uma resignificação do Estado.

Beto disse que pretende ser governador “para defender um projeto de interesse de todos os paranaenses”. O tucano afirmou também que implantará no Estado o mesmo modelo de gestão que adotou em Curitiba.

Osmar, por sua vez, agradeceu “a todos que deram uma pegada na campanha”. Disse que os projetos do governo Lula serão mantidos em seu governo e afirmou estar preparado, pela experiência de mais de 30 anos, para governar o Paraná.

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O candidato do PSOL, Luiz Felipe Bergmann, disse que a partir hoje denunciará uma grande farsa sobre as pesquisas eleitorais e voltou a chamar os dois principais candidatos ao pleito de “playboy e cowboy”.

Nos blocos seguintes do debate os temas discutidos pelos candidatos foram sorteados, bem como quem perguntava e quem respondia, com direito a réplica e tréplica. Já no primeiro tema, Emprego, ocorreu o embate entre Beto e Osmar.

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O tucano disse que as empresas locais receberão apoio e que aumentará o limite de isenção das micro empresas, além de investir na educação em tempo integral e na infra-estrutura. Osmar replicou dizendo que o PSDB proibiu o ensino profissionalizante e que Lula o reimplantou.

O senador afirmou que todos os municípios com mais de 50 mil habitantes terão escolas técnicas. Beto partiu para o ataque dizendo que Osmar “tentou enfiar a mão no bolso do trabalhador” quando votou pelo fim da multa dos 40% do FGTS para as demissões sem justa causa. O senador então pediu direito de resposta.

Quando Salamuni perguntou ao pedetista se ele é favor ou contra o Código Florestal Brasileiro, o senador usou seu tempo para dizer que reconheceu seu erro envolvendo a questão da multa do FGTS, alegando que retirou o projeto em questão e atacou o problema do lixo da Caximba, afirmando que fará a despoluição do Rio Iguaçu.

Salamuni então retrucou dizendo que o pedetista não respondeu sua pergunta e disse que o PV votou contra o código. Na tréplica, Osmar disse que respondeu sim, e defendeu o Movimento das Águas, “que premiará todos os produtores que preservarem o meio ambiente”.

No início do terceiro bloco, o direito de resposta foi concedido ao candidato Osmar Dias. O senador admitiu que errou na questão do projeto que envolvia a multa dos 40% do FGTS e que por isso o retirou. O candidato do PDT aproveitou para dizer que construirá quatro usinas de reciclagem para resolver a questão do lixo em Curitiba.

Outro tema debatido foi a questão da gestão pública. Segundo Beto Richa, a situação financeira do Estado é crítica porque não teve uma administração competente. O tucano disse que assumiu a prefeitura de Curitiba com déficit financeiro e deu um choque de gestão eficiente, ressaltando que apresentou 90% de desempenho nas metas por ele definidas.

O candidato do PSDB disse também que as empresas públicas como a Copel e a Sanepar serão mantidas e valorizadas. No que diz respeito a infra-estrutura, Bergmann disse que entregará a administração dos portos para os municípios de Antonina e Paranaguá e que investirá nas energias eólica e solar.

O tema Contrabando recolocou Beto e Osmar frente a frente. O tucano disse que trabalhará nas fronteiras, realizando boas parcerias, sobretudo com o governo federal e lembrou que “promessa com o governo federal já havia e nem por isso o governador antigo conseguiu. Não basta ser amigo”.

Osmar rebateu dizendo que a parceria com o governo federal ajuda muito e que criará o Batalhão de Fronteira “com pelo menos 300 homens para a polícia de fronteira, impedindo o acesso de drogas e armas”.

Quando o tema envolveu as Universidades o debate esquentou novamente, primeiro porque Bergmann disse que metade dos bairros de Curitiba não tem serviço de creche e que isso impacta no ensino superior.

Beto então retrucou dizendo que Curitiba foi considerada a cidade com o melhor ensino público do Brasil e que seu adversário quis colocá-lo contra os professores, e atacou dizendo que “não é minha família que deve satisfação a maus tratos aos professores do Paraná”.

Bergmann então contra-atacou dizendo que “não foi um escorregão de Beto chamar os professores de laranjas podres” já que, segundo o candidato do PSOL, os servidores municipais de Curitiba estavam insatisfeitos com a administração do PSDB.

O direito de resposta foi concedido e o tucano disse que nunca se referiu aos professores de maneira agressiva e completou dizendo que “maldosamente meu adversário explorou e deturpou uma declaração minha”.

Na questão do Esporte, Osmar disse que recriará a extinta Secretaria do Esporte e Lazer e que investirá na formação de mil professores para que 100 mil jovens possam praticar esportes no Estado, investindo na educação integral. Salamuni, por sua vez, defendeu a criação da Secretaria da Juventude e disse que o esporte completa a questão da educação integral no contra-turno e auxilia na formação do cidadão.

Nas considerações finais, Osmar disse que sua candidatura representa a continuação dos programas sociais e o incentivo para as indústrias. Citou que o Bolsa Família, atualmente atendendo 480 mil famílias paranaenses, saltará para 550 mil. Disse que serão 100 mil casas construídas no programa Minha Casa, Minha Vida, que manterá o Luz Fraterna e a tarifa social da água e encerrou dizendo que “o Brasil melhorou com Lula e o Paraná vai melhorar”.

Em sua despedida, Bergmann disse que conhece o Paraná das minorias, dos sem terra, das vítimas do trabalho e daqueles que lutam pelo socialismo e encerrou dizendo que tem orgulho do candidato do PSOL à presidência da República Plínio de Arruda Sampaio e de sua história.

Beto, por sua vez, afirmou que implantará no Estado um modelo de gestão testado e aprovado em Curitiba. Disse que o Paraná sofre com a falta de investimentos na saúde pública e na segurança. Ressaltou que manterá os programas aprovados pela população e finalizou afirmando que a sua “candidatura representa a mudança e a outra representa o continuísmo”.

Por fim, Salamuni disse que o PV é um partido coerente na defesa do senso de justiça e não quer uma eleição entre o presente e o passado, afirmando que “entre um e outro ficamos com o futuro, Marina Silva” completou.