De olho na crise financeira internacional, os prefeitos eleitos das principais capitais brasileiras tomaram posse nesta quinta-feira (1º) com o anúncio de medidas de redução de gastos e adotaram o discurso muito semelhante: o da austeridade fiscal. Em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba, por exemplo, o efeito que a crise trará para a saúde financeira das prefeituras foi ponto central dos discursos de posse. As medidas vão desde cortes de investimentos, redução de gastos com custeio das secretarias e demissões de comissionados a reavaliações de contratos e busca de alternativas que revertam em mais recursos públicos.
Em São Paulo, o prefeito reeleito Gilberto Kassab (DEM) enfatizou a necessidade de adotar medidas preventivas contra a crise, sem deixar de ressaltar a boa saúde financeira do município. “Apesar da inédita condição financeira positiva, tenho consciência de que o espectro de uma preocupante crise econômica ronda o mundo. Trata-se de uma crise que não foi gerada em nosso país, mas que cobrará de todos nós uma parte de seus custos.”
Em um discurso repleto de metáforas e citações, Kassab afirmou que mesmo com dinheiro em caixa vai promover cortes. “Decidimos manter nosso programa social, principalmente educação, saúde e transporte público, contendo cautelarmente os gastos em outras áreas. Assim será até que o horizonte se torne mais claro, até que tenhamos certeza das consequências dessa crise para São Paulo”, disse.
No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes (PMDB), logo em seu primeiro dia no cargo, baixou um pacote de medidas com um objetivo audacioso. Ele quer promover um ajuste orçamentário de R$ 1,5 bilhão. Para isso, todos os recursos destinados a investimentos e despesas do governo anterior foram contingenciados e despesas com cargos de confiança cortadas em 30%.