Na primeira pesquisa eleitoral feita após a derrota do Brasil na etapa final da Copa do Mundo, a taxa de intenção de votos na presidente Dilma Rousseff oscilou dois pontos porcentuais para baixo. Segundo o instituto Datafolha, ela tem 36% das intenções de voto, contra 20% para Aécio Neves (PSDB) e 8% para Eduardo Campos (PSB).
Em um eventual segundo turno contra o tucano, a petista teria 44%, e seu adversário, 40%. Como a margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, os dois estão empatados tecnicamente – mas no limite da margem, ou seja, é estatisticamente improvável que ambos tenham a mesma taxa. Em um confronto direto com Eduardo Campos, a presidente venceria por 45% a 38%.
A pesquisa anterior do Datafolha, feita durante a Copa, havia detectado um crescimento de quatro pontos porcentuais na intenção de voto em Dilma, em comparação com o levantamento realizado um mês antes, no início de junho (de 34% para 38%).
O número de junho, porém, foi um ponto fora da curva. Na pesquisa Datafolha de maio, Dilma tinha 37%, patamar próximo ao atingido em julho. O mau resultado da época pode ter relação com a série de greves e manifestações ocorridas no País naquele momento. Dois levantamentos do Ibope. feitos um pouco antes e logo depois. mostraram a presidente com 39% e 38%, respectivamente – ou seja, em uma situação de estabilidade, não de oscilação.
A partir de meados de junho, o cenário político foi tomado pelo clima do futebol. Logo na abertura do evento da Fifa, a presidente Dilma Rousseff foi vaiada e xingada por parte do público presente no estádio do Itaquerão.
Em um primeiro momento, Aécio e Campos afirmaram que as vaias seriam consequência do que a presidente havia “plantado” ao longo do tempo. O tucano, porém, recuou horas mais tarde, e escreveu em sua página no Facebook que, apesar das críticas que tem feito ao governo de sua adversária política, os limites do respeito pessoal não deveriam ser ultrapassados durante a campanha. “No que depender de mim, o debate eleitoral se dará de forma respeitosa”, escreveu, na época.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, creditou as ofensas a Dilma à “elite” presente no estádio. O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, porém, disse que a manifestação não partiu apenas da “elite branca”.
“Essa coisa desceu, (essa coisa) de que nós somos um bando de aventureiros que veio aqui para se locupletar, essa história pegou, na classe média, na elite, e vai descendo (a outras classes sociais), porque não conseguimos fazer contraponto”, afirmou Carvalho, em debate com blogueiros e ativistas. “Esta eleição agora vai ser a mais difícil de todas, porque enfrenta o resultado desse longo processo.” Na final da Copa, no Maracanã, Dilma voltou a ser hostilizada pela torcida, ao entregar a taça à seleção alemã. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.