O Tribunal Regional Eleitoral não acatou pedido de liminar do PMDB de Curitiba e autorizou, ontem, a divulgação de nova pesquisa do Datafolha sobre as intenções de voto em Curitiba.
Com 816 entrevistas entre os dias 17 e 18 deste mês, e margem de erro de três pontos percentuais, a pesquisa aponta a liderança do prefeito Beto Richa (PSDB) com 72% das intenções de voto, com boa vantagem sobre Gleisi Hoffmann (PT), que aparece com 15%.
Os demais candidatos não passam de 1% das intenções de voto. Fábio Camargo (PTB), Carlos Moreira (PMDB), Ricardo Gomyde (PC do B) e Maurício Furtado (PV) dividem a terceira posição com 1%. Bruno Meirinho (PSol) não atingiu 1% e Lauro Rodrigues (PTdoB) não foi citado.
Cinco por cento dos eleitores votariam nulo ou em branco e outros 5% não souberam responder. A pesquisa está registrada sob número 2099/2008 no Tribunal Regional Eleitoral.
O PMDB havia entrado com ação na 1.ª Zona Eleitoral, pedindo, liminarmente, a suspensão da pesquisa. Além de dar exemplos com erros de eleições anteriores, o advogado do partido, Emerson Fukushima, apontou que o Datafolha ignora as determinações legais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em relação a metodologia aplicada na pesquisa, levando em consideração apenas sexo e idade dos entrevistados, desconsiderando características como grau de instrução e nível econômico. O advogado ainda questiona o fato de apenas um entrevistador ter realizado 140 entrevistas em vários bairros de Curitiba em apenas dois dias.
Ao indeferir a liminar, o juiz da 1.ª Zona, Roberto Massaro, considera que a metodologia, “embora que de forma simplista”, é explicada pelo instituto e considera as exigências da legislação eleitoral e reforça que o fato de os resultados de três institutos diferentes serem bastante parecidos indicam não haver indícios de manipulação, mas que “poderia ser investigado no decorrer da representação”.
As pesquisas eleitorais têm sido alvo de muitas críticas das candidaturas de oposição. Após verem como natural o início com 70% do prefeito Beto Richa e apostarem num também natural equilíbrio com o decorrer da campanha, Gleisi Hoffmann (PT), Carlos Moreira (PMDB) e Fábio Camargo (PTB), passaram a questionar a eficácia das pesquisas.
Em nota divulgada ontem, Gleisi cita casos em que os resultados das urnas foi bem diferente dos apontados pelas pesquisas e comentou que “os erros podem influenciar uma parcela de eleitores que desiste de votar em um candidato por achar que ele não tem chances de vencer”.
Sobre os números apresentados ontem, Gleisi declarou apenas que “tudo o que eu tinha que falar sobre pesquisas e a credibilidade delas eu já falei. Agora só comento o resultado das urnas”.