O sócio-fundador do Banco Opportunity, Daniel Dantas, chegou nesta sexta-feira (18) à tarde à Polícia Federal (PF), em São Paulo, para novo depoimento e, de acordo com informações de sua defesa, deverá manter a mesma estratégia dos depoimentos anteriores de não responder às perguntas. Na chegada à PF, o advogado do banqueiro Nélio Machado, apresentou à imprensa um documento que será encaminhado às autoridades policiais, ao Ministério Público (MP) e à Justiça, questionando a lisura do processo que envolve seu cliente. “Este documento é um protesto formal com respeito a tudo o que vem ocorrendo neste caso, prejulgamento do meu cliente, manobra das prisões. Existe algo de malvadeza nisso, pois o inquérito (da Operação Satiagraha) é uma devassa medieval.

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Machado fez também duras críticas às autoridades governamentais, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Justiça, Tarso Genro. Ele classificou a PF, o Ministério Público Federal paulista (MPF-SP) e o juiz do caso, Fausto Martin De Sanctis, titular da 6ª Vara Federal Criminal, de “triunvirato acusatório”.

Nas críticas ao presidente Lula e ao ministro Tarso Genro, o advogado de Dantas disse: “Freqüento o ambiente da PF há mais de 30 anos e não vejo ministro de Estado e presidente da República falando de investigação. Nunca vi um presidente da República convocando reunião para tratar de um assunto como este. Se Lula está insatisfeito com alguém da PF, ele que mude, que altere ministério”

O advogado disse lamentar também a celeuma na PF e afirmou achar estranho a divulgação de apenas três minutos da gravação da reunião da PF, em que o delegado Protógenes Queiroz teria pedido para deixar o comando da Satiagraha, porque não se sabe o contexto de toda a conversa a respeito da situação do delegado, que comanda o inquérito. Na avaliação de Machado, seu cliente já foi prejulgado e só querem prendê-lo e algemá-lo. “Quero que a investigação seja isenta, o que não vem ocorrendo. Ele (Dantas) está sendo perseguido.

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Apesar de manter a estratégia do silêncio, Machado disse que Dantas e outras pessoas ligadas ao Opportunity, também arroladas no inquérito, “atenderam à convocação informal da Polícia Federal para mostrar que confiam na Justiça porque ela tarda, mas não falha”. Além de Dantas, estão na PF Verônica Dantas, a irmã do banqueiro; Carlos Bernardo Torres Rodemburg, sócio e vice-presidente do Banco Opportunity; Itamar Benigno Filho, Norberto Aguiar Tomáz, Arthur Joaquim de Carvalho, Eduardo Penido Monteiro, Maria Amália Delfin de Melo Coutrin, Dório Ferman e Danielle Silbergleid Ninio.