A professora da rede estadual Eliana Cortez nunca teve intenção de entrar na política. Mas o fatídico 29 de abril – dia do confronto entre professores e policiais no Centro Cívico, em 2015, data em que ela coordenou, em Curitiba, a greve dos professores – acabou a impulsionando à política, pela vontade de batalhar melhorias na educação.
Candidatou-se vereadora em sua cidade, Ribeirão Claro, no norte do Paraná. Eleita, virou presidente da Câmara de Vereadores local. Logo a atuação de Eliana cresceu aos olhos do MDB, que acabou a convidando para ser a vice-governadora do candidato João Arruda (MDB). Por óbvio, deve atuar forte na área de educação.
– Coronel Sérgio Malucelli (vice de Cida Borghetti – PP);
– Darci Piana (vice de Ratinho Jr.- PSD);
– Anaterra Viana (vice de Dr. Rosinha – PT);
– Professora Fernanda Camaro (vice de Professor Piva – PSOL).
Tribuna: Os vices têm crescido em importância aos olhos dos eleitores. Como você enxerga este cargo?
Professora Eliana: Depois do que aconteceu a nível nacional (Michel Temer assumindo o lugar de Dilma Roussef), as pessoas passaram a enxergar o vice de forma diferente de antes. Quando você vota num candidato, escolhe o vice junto. Tenho trabalhado de forma diferente como vice. Por causa do tempo curto de campanha, 45 dias, eu vou para um lado e o João (Arruda) vai para outro, estamos fazendo campanha separada. Foi a forma que encontramos de conseguir abranger todo o estado na campanha. Como sou professora da rede estadual, foquei minha campanha na educação. Passei por todos os núcleos regionais de educação do Estado, montamos uma coordenação em cada núcleo. Estive com educadores, passei nosso plano de governo de educação. Claro que abrangi outras áreas também e tive um resultado muito positivo. As pessoas puderam me conhecer, a minha história, de onde vim, como conheci o João, como cheguei até aqui.
Tribuna: Se eleita, qual será o seu primeiro projeto a implantar?
Professora Eliana: Tenho o projeto Chão da Escola, que visa conhecer a realidade de cada escola. Cada uma tem uma particularidade e temos que analisar a prioridade de cada uma, principalmente no que tange a infraestrutura escolar. Mas também precisamos trabalhar a valorização dos professores, pois estamos sem data base, sem hora base, com PSS desatualizado. É um leque de assuntos infinitos. Não digo que vou ser secretária (de educação). Isso (os secretários) temos que apresentar só quando formos eleitos. Mas um vice tem que estar a par de tudo o que acontece no governo. Diferente da Cida (Borguetti), que disse que não sabia de nada (da corrupção recém descoberta no governo, o confronto do dia 29 de abril). No 29 de abril, a classe inteira de professores estava lá sofrendo (no confronto com policiais) e ela não fez nada. Como que a vice não sabia? Diferente disso, quero estar em todos os âmbitos do governo, pois se eu precisar assumir interinamente, preciso saber de tudo que está acontecendo.
Tribuna: Como você entrou na política?
Professora Eliana: Eu sou professora da rede estadual. Em 2015, quando aconteceu todo aquele problema (o 29 de abril), eu liderava a greve dos professores dentro do município, mas de forma bem apática do ponto de vista da política. Mas depois daquilo resolvi fazer parte da política, para buscar melhorias para a educação.Foi decisão minha fazer a diferença. Então me candidatei a vereadora na minha cidade, Ribeirão Claro. Entrei no pleito e fui a primeira mulher a presidir a Câmara Municipal local. Nesta época conheci o Arruda, que é muito atuante naquela região. Estávamos todos trabalhando para organizar a campanha do Osmar Dias. Quando ele desistiu, o João assumiu a responsabilidade e o partido partiu para encontrar um vice. Eles queriam uma mulher, que fosse professora e que tivesse sua batalha na política. E o João viu que, mesmo eleita, eu não deixei de atuar na sala de aula. Eu continuei trabalhando 20 horas semanais na Apae e mais 20 horas no Ensino fundamental 2, com Educação Cívica. Como ele sabia que eu continuava trabalhando e conhecia a realidade das escolas e tinha envolvimento político, facilitou a escolha, porque meu perfil se encaixava exatamente no que eles buscavam. Fiquei muito lisonjeada e feliz. Quero fazer a diferença como a primeira vice-governadora professora do Paraná. Venho de uma família muito simples, de pai pedreiro e mãe dona de casa. Quero representar todas essas classes de trabalhadores.
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