O presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, afirmou nesta terça-feira, 14, que com a “porrada que vai tomar” das manifestações de rua, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, vai recuar do projeto da terceirização (PL 4330) e também das medidas provisórias 664 e 665, que restringem acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários. Freitas participa da abertura do 9º Congresso Nacional dos Metalúrgicos da CUT, ao lado do ex-presidente Lula e de outras lideranças sindicais.
A CUT promove um dia de manifestações e paralisações amanhã contra o PL 4330, que pode liberar a terceirização de atividades-fim. O texto base do projeto foi aprovado na Câmara na semana passada e os destaques estão sendo apreciados nesta semana. O presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem acelerado a tramitação do projeto e chegou a defender a permanência da regularização da terceirização de atividade-fim.
“Eu vou tentar ser o mais didático possível. Se passar a 4330 você vai ser demitido, vão rasgar a CLT (Consolidação das Leis de Trabalho), férias, 13º”, disse Freitas em seu discurso. O dirigente destacou a crítica dos movimentos à “direita reacionária” que controla o Congresso, com pautas como o 4330 e a proposta de reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos.
Paulo Cayres, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos, disse que o projeto de terceirização que ganha apoio no Congresso tenta estabelecer um sistema de castas no Brasil. “Esta casta (no controle do Congresso Nacional), que tenta acabar com direito dos trabalhadores, não nos representa”, bradou Cayres, muito aplaudido pela plateia.
O assessor especial da Secretaria-Geral da Presidência para assuntos sindicais, Jose Lopez Feijóo, disse que o 4330 da terceirização é muito mais preocupante do que as medidas provisórias 664 e 665, que restringem acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários. “De onde vai sair o lucro intermediário, se não das costas da peãozada, a custa dos direitos?”, questionou Feijoó.