O juiz federal Luiz Antônio Bonat, de 64 anos, foi confirmado, na tarde desta sexta-feira (8), pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4) para a vaga de juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, encarregada dos processos da Operação Lava Jato. Bonat assumirá o posto deixado pelo atual ministro da Justiça, Sergio Moro.
Ainda não foi divulgada a data em que ele deve assumir a vara. Até o dia 19 de fevereiro, Bonat está convocado para substituir o desembargador federal, Fernando Quadros da Silva, na Turma Suplementar do Paraná.
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Formado pela Faculdade de Direito de Curitiba, Luiz Antônio Bonat concluiu a graduação em 1979. Aprovado no 3.º concurso para juiz federal substituto, em 1993, posteriormente atuou como titular em instâncias como a 1.ª Vara Federal de Foz do Iguaçu (PR), a 3.ª Vara Criminal Federal de Curitiba (PR) e a 1.ª Vara Federal de Criciúma (SC). Ele vinha atuando no TRF-4 com convocações para julgamentos da área previdenciária.
Em 1996, a juíza Vera Lúcia Ponciano assumiu como sucessora de Bonat a 1.ª Vara de Competência Plena de Foz de Iguaçu e pôde acompanhar de perto o trabalho do juiz, por assumir as causas da região – que incluíam a esfera civil e criminal. “Havia casos com corrupção de servidores públicos, tráfico internacional de drogas. Ele sempre foi muito correto e prudente”, recorda.
Ambos os magistrados estão otimistas com a provável nomeação. “Pelo fato de ser o juiz mais antigo, o doutor Bonat já recusou promoção para desembargador. Agora terá esse trabalho hercúleo: sairá da área previdenciária para tratar casos trabalhados por advogados renomados, com as mais brilhantes estratégias. Mas vai se preparar, e esse é um indício do caráter dele. Irá fazer um trabalho magnífico e, também como o Sergio Moro, não estará ali para agradar A ou B. Vai julgar conforme as leis, as provas e seu sentimento de justiça” , avalia o juiz Furlan.
“Espero que haja uma continuidade do trabalho do Sergio Moro, sempre com seriedade e dedicação. E o Bonat tem essa competência demonstrada. A experiência na área criminal é um diferencial, pois em Foz [o trabalho] foi bem pesado”, completa a magistrada Vera Ponciano.
Em suas poucas aparições públicas, deu entrevista à TV da Justiça Federal do Paraná, em vídeo comemorativo dos 45 anos do órgão, em 2013. “Eu colocaria a Justiça Federal como parte de minha família”, disse. Ele aparece no vídeo a partir do 4.º minuto:
Colega de turma polêmico
Em 2015, Bonat fez parte da 5.ª Turma, do TRF-4, especializada em direito previdenciário, como juiz federal convocado. Entre os desembargadores que também atuaram na mesma turma estavam Paulo Afonso Brum Vaz e Rogério Favreto.
Durante um plantão, em 2018, Favreto ficou conhecido por ter mandado soltar o ex-presidente Lula, preso em Curitiba. Após um vaivém de decisões, João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato na Corte revogou a decisão e o presidente do TRF-4, Thompson Flores, cassou a liminar de Favreto e manteve a prisão de Lula.
Enquanto não acontece a nomeação do novo juiz da Lava Jato, a juíza substituta Gabriela Hardt segue a condução interina dos processos na 13.ª Vara Federal de Curitiba.
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