Trinta e oito milionários estão na corrida por uma das vagas de vereador em Curitiba, aponta avaliação feita pelo Livre.jor a partir das declarações de bens entregues pelos candidatos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O número de candidatos com patrimônio declarado superior a R$ 1 milhão iguala o de vagas em disputa.
Os 1.110 concorrentes a uma vaga de vereador acumulam um patrimônio de R$ 216 milhões. Trata-se da soma do que está nas 658 declarações dos candidatos que informam ter algum tipo de bem. Os valores das declarações variam de R$ 1 a mais de R$ 9 milhões.
O mais rico é o vereador e ex-jogador de futebol Paulo Rink (PR), que informou patrimônio de R$ 9,2 milhões. O valor é superior ao declarado por todos os candidatos à prefeitura e vice-prefeitura.
Além de Rink, outros dois vereadores que buscam reeleição figuram entre os dez candidatos com mais bens – o democrata Sabino Picolo, que declarou R$ 5,1 milhões, e Felipe Braga Côrtes (PSD), com R$ 3,8 milhões.
O segundo candidato mais rico ainda não é vereador. Trata-se do corretor de imóveis Sidney Francisco da Silva, do PTC. A propriedade de um terreno com projeto de condomínio na Vila Terezinha, declarado por R$ 7,5 milhões, representa 90% do total de bens do candidato.
O cantor Valmor Alves do Santos (PDT), integrante da dupla sertaneja Willian e Renan, declarou patrimônio de R$ 5,9 milhões. Santos, aliás, usa o nome da dupla na urna.
Sem nada?
Cerca de 453 candidatos ao cargo de vereador da capital declararam inexistência de patrimônio. Os “sem nada” são 41% dos 1.110 concorrentes com candidatura deferida ou em julgamento no TSE. É o caso do vereador Tiago Gevert (PSC), candidato a reeleição, que declarou inexistência de bens em 2012 e voltou a fazê-lo em 2016.
Além disso, quase 70% dos candidatos declaram patrimônio inferior ao salário líquido anual recebido por um vereador – R$ 137.832,48. Um vereador ganha, atualmente, R$ 15.156,70. Sobre esse valor incidem descontos previdenciários (R$ 513,01) e de imposto de renda (R$ 3.157,65).
O que há nas listas
Apesar de ser obrigatória para candidatos a qualquer cargo eletivo, a declaração de bens não gera qualquer tipo de multa ou sanção em caso de erros nas informações. Como ela costuma tomar por base o que é informado à Receita Federal na declaração de imposto de renda, os valores de imóveis, por exemplo, frequentemente estão desatualizados.
A maioria dos bens listados são imóveis, veículos, dinheiros em espécie ou em investimentos. Mas há bens menos comuns, como dois relógios das marcas Omega e Rolex, declarados com o valor de R$ 32 mil cada, ou quase 30% do patrimônio de Paulo Roberto da Silva Ghignatti (PTC), de R$ 119 mil em bens.
Já o peemedebista César Antônio Bond Duarte Filho afirma ter em casa um equipamento de som e televisão que vale R$ 39 mil.
Na outra ponta, Ricardo Antônio Hubner (PSD) relata patrimônio de R$ 1, referente a quota de participação na própria empresa. E Cecília de Oliveira Simão (PTC) afirma que seu carro, um Renault Twingo, vale R$ 5.