Os motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba não vão entrar em greve. Pelo menos por enquanto. A decisão foi tomada em assembleia da categoria na tarde desta quinta-feira (8) na Praça Rui Barbosa, no Centro. A paralisação seria uma reação da classe em resposta à proposta do prefeito Rafael Greca (PMN) encaminhada à Câmara de Vereadores para adoção do sistema de bilhetagem eletrônica em toda a rede, o que geraria a extinção do cargo de cobrador de todas as linhas.
Apesar de não optarem pela greve, a categoria deixa um recado ao prefeito, com quem vão tentar agendar uma reunião via Sindicato de Motoristas e Cobradores de Curitiba e região (Sindimoc): se não chegarem a um acordo para os cargos de cobradores não acabarem, a possibilidade de paralisação retorna.
“Queremos usar a greve como ultimo recurso. Nosso objetivo é conversar com o prefeito para evitar isso, fazer tudo pelo diálogo primeiro”, afirma o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira.
Durante a assembleia, a categoria reforçou, ainda, a intenção de continuar as ações contrárias à proposta de Greca. Já nesta terça-feira, o grupo planeja fazer uma caminhada entre a sede do Sindimoc, no Centro, e a prefeitura, no Centro Cívico, para chamar a atenção da população sobre as possíveis demissões. Além disso, os trabalhadores se comprometeram a dialogar com os vereadores para explicar os motivos da categoria para não aprovar a pauta.
Projeto
De acordo com o projeto do prefeito, a medida visa trazer mais agilidade ao transporte coletivo, além de aumentar a segurança para os passageiros e os trabalhadores do sistema. Segundo a mensagem enviada pelo prefeito aos vereadores, o pagamento das passagens pelo sistema eletrônico reduziria em 90% o número de assaltos nos ônibus.
Para o Sindimoc, entretanto, a medida é “absurda e descabida” diante do número de desempregados no país. “Levantamento que o Sindimoc fez em 43 cidades do Brasil mostra que em todas as cidades em que o cobrador foi retirado a passagem não caiu de preço”, defende a entidade logo após o início da tramitação do projeto.
Os representantes do sindicato também afirmam que a substituição dos cobradores por máquinas não contribuiriam para acabar com os assaltos nos ônibus. “Hoje o que mais acontece é arrastão, o que envolve os passageiros também. Até por que já foi o tempo em que a gaveta do cobrador era o motivo do assalto, se o ladrão pegar dois telefones celulares já cobre todo o dinheiro da gaveta”, afirmou o presidente do Sindimoc
Já o Sindicato das Empresas de Transporte de Curitiba e Região (Setransp) considera a possibilidade da greve “desproporcional e descabida”, já que o projeto ainda está na fase inicial de tramitação na Câmara. Ainda segundo a entidade patronal, a pauta dos trabalhadores estaria desrespeitando parte do que foi acordado em convenção coletiva.
“O Setransp está cumprindo o que foi acordado na Convenção Coletiva: garantindo estabilidade por 12 meses, dando ciência aos trabalhadores e disponibilizando a requalificação”, diz a nota emitida segunda-feira (5).
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