Vanhoni e Beto disputam voto de 1,1
milhão de eleitores no 2.º turno.

Os curitibanos escolhem hoje o prefeito que vai governar a cidade pelos próximos quatro anos, a partir de janeiro de 2005.

A sucessão do prefeito Cássio Taniguchi (PFL) está sendo disputada pelo vice-prefeito, Beto Richa (PSDB), e o candidato a vice-prefeito, deputado estadual Luciano Ducci (PSB), e o deputado estadual Ângelo Vanhoni (PT), que tem como candidato a vice-prefeito o médico Nizan Pereira (PMDB).

Estão aptos a votar 1.179.223 eleitores, distribuídos por 3.230 seções eleitorais, 391 locais de votação e 10 zonas eleitorais. O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE/PR) avalia que em uma hora já terá o resultado final do segundo turno da eleição na capital e prevê o mesmo tempo para a totalização dos votos em Londrina, Maringá e Ponta Grossa. A votação acaba às 17h. Logo, os resultados devem ser divulgados por volta das 18h.

Ontem, os representantes dos partidos políticos acompanharam o sorteio das quatro urnas eletrônicas que serão usadas na votação paralela, criada para testar a eficiência dos equipamentos. As urnas serão substituídas por urnas de reserva e trazidas para a sede do TRE.

Confrontos

Este é o segundo confronto entre Vanhoni e Beto Richa na disputa pelo controle do poder municipal. Em 2000, os dois se enfrentaram pela primeira vez. Vanhoni como candidato a prefeito pelo PT e Beto como candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pelo prefeito Cássio Taniguchi (PFL). Vanhoni perdeu a eleição por uma diferença de 26.541 votos.

Desta vez, Beto e Vanhoni polarizaram a disputa desde o início da campanha eleitoral. No primeiro turno, Beto saiu em vantagem. Fez 329.451 votos (35,06%) contra 292.965 votos (31,18%) de Vanhoni.

Aglutinação

No segundo turno, as várias siglas que disputaram o primeiro turno se aglutinaram em torno das duas candidaturas. Vanhoni angariou o apoio do candidato do PL, deputado estadual Mauro Moraes, e Beto conquistou o apoio de Pedro Manoel Neto (PMN). O terceiro colocado na disputa, Rubens Bueno (PPS), declarou-se neutro. O quarto colocado, Osmar Bertoldi (PFL) manifestou posição idêntica a de Bueno.

Mas o núcleo central das alianças não foi alterado. A composição de forças sinaliza para o desenho da disputa ao governo em 2006. De um lado, estão o PT e seu aliado principal, o PMDB do governador Roberto Requião. Do outro, o PSDB do senador Álvaro Dias e do presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, com o novo aliado, o PDT, representado pelo senador Osmar Dias. (PDT).

Tucano comanda carreata

No dia seguinte ao debate de anteontem à noite na RPC, no qual o candidato do PSDB a prefeito de Curitiba Beto Richa procurou mostrar as diferenças do seu festa o último dia de campanha da coligação Curitiba Melhor Pra Você pelas ruas da capital.

Em carro aberto, Beto Richa, sua mulher, Fernanda, e o candidato a vice-prefeito, deputado estadual Luciano Ducci, percorreram ruas de Curitiba e elogiaram a participação dos voluntários ao longo da campanha. Mais de 400 carros com adesivos e bandeiras saíram do bairro Seminário em direção ao Cajuru, passando pelas ruas do centro da cidade, onde foram recebidos com uma chuva de papéis picados.

Rompimento

Beto reafirmou que leva vantagem por ser independente: ele lembra que rompeu com o prefeito Cassio Taniguchi (PFL) e não tem apoio dos governos estadual e federal:

“Essa eleição fecha um ciclo de quase trinta anos. Um ciclo em que houve uma polarização entre dois grupos que se revezaram no poder no estado. Fizemos uma campanha com propostas viáveis. Estou confiante”, comentou.

O quadro de incerteza ocorrido nos últimos dias gerou, porém, ataques de ambos os lados. Os tucanos, por exemplo, acusaram petistas de apedrejar o carro de uma eleitora de Beto, de seqüestrar voluntários do partido, de agredir estudantes universitários aliados e de ameaçar os cabos eleitorais do PSDB. As denúncias foram negadas pelos seus adversários.

Petista faz caminhada pela XV

A véspera da eleição do candidato a prefeito de Curitiba pelo PT, deputado estadual Angelo Vanhoni, foi de conversa com eleitores no centro de Curitiba. Junto de mais de 5 mil militantes do PT e partidos aliados e do seu candidato a vice-prefeito, Nizan Pereira (PMDB), Vanhoni percorreu o calçadão da Rua XV de Novembro, na Boca Maldita.

O candidato da coligação Tá na Hora, Curitiba! ouviu declarações de apoio. Muitas pessoas paravam Vanhoni para manifestar seu apoio e lhe desejar boa sorte.

“Hoje é um dos dias mais importantes para todos nós. Gostaria que cada um de vocês convidasse um amigo ou alguém da família para nos ajudar nesta reta final, trazendo mais um voto. Tenho a certeza da vitória”, disse.

Vanhoni também esteve na feirinha do Alto da Glória e passou pelo café Ritz, para fazer campanha ao lado do governador Roberto Requião (PMDB) e da senadora Ideli Salvatti (PT-SC).

O último evento da campanha de Vanhoni teve a presença maciça da militância petista, com milhares de bandeiras vermelhas e azuis e caminhões de som espalhados pelas ruas centrais da cidade.

À tarde, o candidato da coligação Tá na Hora, Curitiba! almoçou com a família e ainda estava programada uma carreata que partiria da frente do Palácio Iguaçu em direção aos bairros, com a presença de Vanhoni e Requião.

Hoje, Vanhoni deve votar no fim da manhã, por volta de 10 horas. Ele estará acompanhado durante todo o dia por Requião e Nizan.

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