Setores do partido acham que têm
direito de indicar nomes para Requião.

O diretório estadual do PT se reúne hoje em Curitiba para formalizar a decisão de participar do governo eleito de Roberto Requião (PMDB). Como a tendência que controla o partido já se considera parte do futuro governo, o debate vai se dar sobre como o PT vai se encaixar na equipe de Requião.

Há um certo mal estar entre setores do PT e o governador eleito porque uma ala expressiva do partido acha que o diretório teria a prerrogativa de indicar os nomes para compor o novo governo. Requião já deixou claro a alguns representantes do partido que não trabalha com listas de sugestões e que escolhe cada um dos seus auxiliares. Esse deve ser um dos pontos que o partido vai ter que contornar no encontro de hoje para não afetar a relação harmoniosa com o PMDB, que começou com o apoio do PT a Requião no segundo turno das eleições. O governador eleito já sinalizou que tem seus prediletos nos quadros petistas – o deputado estadual Angelo Vanhoni, o deputado federal eleito Jorge Samek, e o deputado federal, e ex-candidato ao governo, Padre Roque.

Entra na discussão de hoje também a definição das áreas de interesse do partido no futuro governo. Internamente, algumas correntes argumentam que o partido foi decisivo na vitória de Requião e que mereceria uma posição de destaque no futuro governo. O mesmo grupo considera ainda que a decisão sobre quais cargos caberiam ao partido não deve ser unilateralmente tomada pelo PMDB.

Governo federal

Embora não seja um dos pontos da pauta no encontro de hoje, o diretório também vai se manifestar sobre a representação do PT do Paraná no governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. O diretório estadual está fazendo um levantamento dos cargos e funções do governo federal no Estado. As contas ainda não estão fechadas, mas estima-se que existam cerca de duzentos cargos de segundo e terceiro escalões a serem preenchidos no Paraná.

Entre as posições mais cobiçadas, estão a presidência e as diretorias de Itaipu, as superintendências do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Incra, além de outros postos de menor projeção, como as delegacias dos ministérios. No encontro de hoje, o partido deve aprovar uma moção de apoio ao governo Lula e anexar a posição do PT em defesa da participação nas indicações de nomes para ocupar os cargos federais no Estado. “É claro que além de reivindicar uma participação no primeiro escalão do governo Lula, o PT do Paraná vai querer influir nas indicações no Estado, ainda que nem todos os nomes sejam necessariamente do partido”, disse o vice-presidente estadual do PT, Marcio Pessatti.

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