O resultado da eleição para o Congresso Nacional e a Assembléia Legislativa foi comemorado ontem pelo Diretório Estadual do PT, que elegeu no último domingo nove deputados estaduais, seis deputados federais e um senador.
Ontem à noite a executiva nacional do partido fez uma reunião para definir quem o PT irá apoiar no segundo turno, e a decisão será anunciada ainda hoje. “Vamos provavelmente nos coligar ao PMDB”, adiantou padre Roque Zimmermann, candidato derrotado ao governo.
“Consultei os eleitos e os não eleitos e todos deram sinais nesta direção, de apoiar o PMDB. Queremos fazer a campanha, ganhar as eleições e governar juntos. Vamos vestir a camisa do partido que apoiarmos”, disse. “A onda caminha na direção de apoiarmos o Requião, mas não pedimos nenhum cargo, porque isso não se barganha. Queremos um governo ético, transparente e que se volte para o social”.
Na segunda-feira à noite, Padre Roque participou de uma reunião com o senador Roberto Requião e com seu vice, o deputado Orlando Pessuti. “O PMDB já manifestou que irá apoiar o Lula, o Alvaro Dias também falou, mas ainda não houve uma conversa formal. Mas se o partido resolver eu vou subir no palanque do Álvaro sim”, garantiu.
Avaliando o desempenho do partido na campanha, Padre Roque garantiu estar satisfeito. “Um partido só cresce se tem cabeça de chapa. Tivemos coragem para isso, e agora vemos o resultado. Em 94 o Jorge Samek foi nosso candidato à Prefeitura, e o partido se firmou. A decisão da base foi sensata em lançar novamente candidato a majoritária”, opinou. “Além disso nenhum candidato do PT desistiu de lutar, e a menor votação foi de quase mil votos, ou seja, nenhuma votação inexpressiva”.
Padre Roque comentou ainda a votação de Lula no Estado. “O PT do Paraná teve uma grande vitória. Para presidente tivemos 50% dos votos para o Lula. Se dependesse de nós ele teria sido eleito ainda no primeiro turno. Se considerarmos que no Paraná ele sempre teve uma votação razoável, o resultado mostra que o povo quer mudanças”, afirmou “Além disso a votação para o governo foi expressiva, assim como a de Edésio Passos para o Senado”.
Para Flávio Arns, eleito senador, a decisão que for tomada será para atender melhor as expectativas nacionais do partido. “Nós queremos o Lula presidente e nosso posicionamento vai ser aquele que beneficie isso. Vamos lutar pela fidelidade dos votos já obtidos, mas também precisamos conquistar mais votos”, explicou.
Mulheres
O presidente do diretório estadual do PT, André Vargas (eleito deputado estadual), comentou a eleição da primeira mulher do Paraná para deputada federal. “O PT ainda não conseguiu completar a cota dos 30% de mulheres candidatas, mas já conseguiu reeleger a Luciana Rafagnin. Também elegeu a primeira deputada federal da história do Paraná, a doutora Clair”, contou.
“É uma responsabilidade muito grande ser a primeira mulher eleita no Estado, por isso espero representar dignamente não só as mulheres, mas toda a população”, afirmou Clair da Flora Martins. Antes mesmo de assumir ela já tem projetos de trabalho. “A questão da mulher será discutida, mas a do jovem também. Quero estar no Congresso para propor as reformas que o Brasil precisa, e dar um destaque para o ensino de melhor qualidade; para o primeiro emprego e ensino profissionalizante; e para a questão da aposentadoria, pois acredito que a lei precisa ser revista”.
Na Assembléia Legislativa, também pela primeira vez na história, quatro mulheres assumirão o cargo, número ainda pequeno em relação aos homens. Para a deputada Luciana Rafagnin falta incentivo dos partidos para que as mulheres participem mais ativamente da política. “A mulher ainda vê a política como coisa de homem. Mas precisamos vencer o tabu”.