A reunião de cúpula da União de Nações Sul-americanas (Unasul) realizada ontem, em Bariloche, acentuou a divisão da região em torno do acordo entre Estados Unidos e Colômbia, que prevê a presença de forças militares norte-americanas em sete bases colombianas por dez anos.
O encontro durou 7 horas e foi marcado pelas trocas de insultos e acusações. Ao fim, os países conseguiram chegar a um acordo que trata com termos vagos os temas mais sensíveis relacionados à segurança regional e tenta traçar uma estratégia para recuperar a confiança mútua.
O presidente colombiano, Álvaro Uribe, não apresentou aos outros líderes da região a esperada garantia jurídica de que as ações militares dos EUA não se estenderão aos territórios dos países vizinhos. Tampouco apresentou com clareza os termos do acordo.
Uribe tornou-se alvo de ataques da Venezuela, do Equador e da Bolívia, que rechaçam o acordo com os EUA, mas conseguiu incluir no documento final do encontro um repúdio à ação de grupos armados na região e o “compromisso de fortalecer a luta e a cooperação contra o terrorismo, a delinquência transnacional organizada e delitos conexos: o narcotráfico e o tráfico de armas”.
Durante os debates, o Peru manteve seu alinhamento com a Colômbia – embora tenha feito algumas ressalvas. O Brasil, a Argentina, o Chile, o Paraguai e o Uruguai tentaram amenizar os atritos, numa tentativa de preservar o processo de integração da Unasul.
Mas o que se verificou foi justamente o “rompimento da confiança entre alguns membros da Unasul”, como resumiu a presidente argentina, Cristina Kirchner. Antes mesmo do encontro terminar, o presidente peruano, Alan García, e o uruguaio, Tabaré Vázquez, voltaram para casa, alegando ter compromissos em seus países. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.